Folha de S. Paulo


Feliciano presta depoimento no STF em ação sobre estelionato

O deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, foi interrogado nesta sexta-feira (5) no STF (Supremo Tribunal Federal) no processo em que é acusado de estelionato.

Segundo a acusação, o pastor recebeu R$ 8.000 para ministrar um culto religioso e não ter comparecido ao local.

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Seu depoimento foi fechado e conduzido por um juiz auxiliar do gabinete do ministro Ricardo Lewandowski.

O depoimento estava marcado para acontecer por volta das 14h30. No entanto, segundo informações do Supremo, o pastor chegou mais cedo, por volta das 12h, e falou por cerca de 30 minutos. Feliciano entrou e saiu pela garagem do tribunal.

Apesar de o processo não estar sob segredo de Justiça, o conteúdo do interrogatório ainda não foi divulgado pelo tribunal. Tudo foi filmado e gravado.

O gabinete de Lewandowski informou que irá analisar o conteúdo e analisar sobre a divulgação.

ACUSAÇÃO

Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul, em 2008, Feliciano e um assessor firmaram um contrato para os shows religiosos, forneceram uma conta para o depósito da produtora, mas não compareceram.

Um dia antes do show, o deputado enviou um e-mail confirmando sua presença, mas a investigação comprovou que ele já tinha outros compromissos agendados.

"A vítima sofreu uma verdadeira espoliação em seu patrimônio, haja vista que os denunciados agendaram outros compromissos sem dar satisfação a ela, sabendo de antemão que não cumpririam com o que foi compactuado", afirmou a promotora Ivana Battaglin, autora da denúncia.

A produtora do evento alega ter tido um prejuízo de R$ 100 mil com a ausência. O deputado seria a atração principal dos eventos. Houve ainda gastos com passagens, transportes e divulgação.

A defesa do deputado diz que o dinheiro já foi devolvido.

Feliciano tentou adiar a data do depoimento com o argumento de que ministraria um culto religioso no Pará na mesma data, mas o pedido foi negado pelo ministro do Supremo.

O pastor é alvo de protestos por consequência de recentes declarações consideradas preconceituosas contra os homossexuais e as mulheres.


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