Folha de S. Paulo


Ex-presidentes da Comissão de Direitos Humanos repudiam declaração de pastor

A declaração do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) não foi bem recebida por ex-presidentes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

Feliciano diz que comissão era 'dominada por Satanás' antes de sua chegada
Crítica do pastor Feliciano à comissão é destaque no Twitter

Para a deputada federal Manuela D´Ávila (PC do B-RS), que presidiu a comissão em 2011, o discurso do colega reforça a tese de que ele não pode ocupar a presidência.

"Mais uma vez, ele mostra desequilíbrio, inclusive emocional, para presidir uma comissão. É um cargo que exige parcimônia, respeito", disse a deputada.

"Ao mencionar que, antes dele, Satanás ocupava esse lugar, indiretamente atinge os ex-presidentes. O deputado mostra que não tem condições de ser o presidente", afirma Manuela.

A deputada federal Iriny Lopes (PT-ES), que dirigiu a mesma comissão em 2010, repudiou de maneira enfática a fala de Feliciano. Para ela, o deputado é um "vexame" e "empobrece o parlamento".

"Esse pastor é um ridículo. É um vexame e deveria se mancar e não expor à Câmara ao ridículo. Isso não é polêmica [as declarações do pastor]. É um retrato dele. Uma pessoa sem conteúdo. Está jogando para a plateia, para aparecer para a sua base e fazer campanha para 2014. É um desqualificado. Não entende que o Congresso é uma casa de representação."

Segundo ela, o PT, que tradicionalmente comandava a comissão e abriu mão de sua diretoria este ano, não pode ser responsabilizado pela ascensão do pastor ao cargo de presidente da Comissão de Direitos Humanos.

"Onde está escrito que um partido tem de presidir a vida toda uma comissão? Não se pode imputar esta situação ao PT. A responsabilidade é de todos os partidos", disse.
ntecessor de Feliciano no cargo, Domingos Dutra (PT-MA) também criticou a declaração. "Cada vez que fala, ele se encrenca. Ele ofende os demais colegas", disse.

Editoria de Arte/Folhapress

Dutra afirmou que vai consultar outros colegas para saber da possibilidade de entrar com uma representação contra o pastor no Conselho de Ética por causa das declarações dele.


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