Folha de S. Paulo


Leitores comentam sobre rompimento de barragem e vazamento de lama

Negligência absurda, legislação frágil que atende a interesses de poucos e deixa à margem a população –desassistida e lamentavelmente na linha de frente do caos iminente. O editorial Controlar a lama traz à tona o mal sedimentado pela inépcia de governos e seus braços, enlameados, que tornaram o curso dos dias uma tragédia difícil de contar, triste de pensar e confusa de se ver.

MARCOS NUNES DE CARVALHO (São Bernardo do Campo, SP)

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Ricardo Borges/Folhapress
Manifestantes jogam lama na fachada da Vale, no centro do Rio, durante protesto
Manifestantes jogam lama na fachada da Vale, no centro do Rio, durante protesto

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Adriana Ramos, em A lama que encobre o Brasil, toca em pontos importantes em relação aos licenciamentos ambientais e revela uma realidade que vem crescendo em todo o país: os esforços para "agilizar" (leia-se "tornar inócuos" os licenciamentos). Em Minas, o governador Fernando Pimentel tenta empurrar goela abaixo um projeto de lei que torna políticas as decisões sobre licenciamentos ambientais, que deveriam ser técnicas. O projeto de lei 2.946 foi enviado em regime de urgência à Assembleia, desconsiderando a pressão popular, a frente ampla de mais cem ONGs ambientalistas e o posicionamento do Ministério Público, contrários ao projeto.

MAURÍCIO BOUISSOU MORAIS (Belo Horizonte, MG)

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Visitei, em 2013, as barragens de Santarém e do Fundão e, na época, achei que poderia ocorrer rompimento. O risco geológico nesse tipo de obra é imprevisível. O fator de segurança da ABNT acima de 2 que indica "folga" para obras de terra dessa magnitude é errado –barragens em terra com volume a jusante dessa magnitude só existem no Brasil. O depósito diário de material e a mudança no regime de chuvas, associados às falhas geológicas naturais, tornam essas barragens extremamente inseguras.

CARLOS EDUARDO DE SAMPAIO FREITAS, engenheiro e empresário (São Paulo, SP)

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O artigo de Ruy Castro Terror e inépcia chega a uma perfeita e, ao mesmo tempo, triste conclusão de que o desastre ambiental provocado pela ruptura das barragens em Mariana será para sempre. Não precisamos ir atrás das causas. Elas são claras: detentores dos poderes de braços dados com a corrupção e a incompetência, empresários gananciosos e, infelizmente, povo sem educação.

JAIME BERTOLACCINI COSTA (Vargem Grande do Sul, SP)

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A inépcia que Ruy Castro fala em sua coluna é conhecida nas tragédias brasileiras, e ademais sempre é usada para dispensar licitações pela urgência. Após algum tempo, são descobertos os valores superfaturados.

MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP)

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Qual o preço de um rio e tudo que nele contém? Qual o preço de vidas humanas, projetos, cidades, vida indígena? R$ 250 milhões de reais? R$ 1 bilhão?
Finalmente esta Folha se deu conta da magnitude do desastre em Mariana. Editorial, Ruy Castro e Adriana Ramos abordam a tragédia. Não há como reverter o dano. Não há indenização que pague a enorme e ainda mal avaliada destruição. A saída, muito bem o aponta o editorial, são medidas rigorosas regulamentando a atividade da mineração, impedir a todo custo que mineradoras financiem legisladores encarregados de fazer e aprovar as leis que regem a relação da atividade econômica e meio ambiente no Brasil.
A mineração é uma atividade especial, mas não pode ser importante a ponto de destruir um Estado como vem acontecendo em Minas Gerais. Quiçá um país.

MARIA HELENA RABELO CAMPOS (Nova Lima, MG)

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