Folha de S. Paulo


Leitores comentam editorial sobre os 50 anos do golpe militar de 1964

Nenhum progresso se justifica às custas de uma ditadura em que homens e mulheres, que se rebelaram contra o golpe militar de 31 março de 1964, foram sequestrados, torturados e mortos –ao mesmo tempo em que se clamava pela família, por Deus e pela liberdade. A Folha, em seu editorial editorial "1964, ao fazer mea-culpa por ter apoiado o regime durante a primeira metade de sua vigência, justamente nos mais duros anos de chumbo, tenta justificar o injustificável.

BENJAMIN EURICO MALUCELLI (Santos, SP)

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Parabéns à Folha por fazer uma abordagem crítica de sua participação no golpe. Somente colocando os dedos nas feridas daquela época é que poderemos ficar quites com nosso passado. Assim fizeram e fazem as nações europeias, de história muito mais longa e trágica. A entrevista com Almino Affonso também é muito esclarecedora. Quem sabe, com seu livro, entenderemos que foi um golpe mesmo e que as "ameaças do comunismo" foram uma farsa dos usurpadores do poder.

ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Lorena, SP)

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O editorial enumera diversos avanços na economia do país no período da ditadura. Mas o Brasil poderia ter avançado muito mais sob o manto da democracia.

RICARDO MELLO (Goiânia, GO)

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O final do editorial diz tudo o que esta Folha deveria ter feito –rechaçar e denunciar a violência de ambos os lados. É uma mancha negra no jornal o apoio à primeira metade dos anos de chumbo. Pena. Ainda bem que deu para abrir os olhos ao que novos militares e militantes, hoje, ainda não querem enxergar: o horror e o sufoco daqueles tempos.

MARIZA BACCI ZAGO E ANTONIO PEDRO ZAGO (Atibaia, SP)

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O editorial cometeu uma injustiça. Testemunhei que, entre 1972 e 1976, o governo criou uma rede nacional de ambulatórios para assistência médica gerido por uma autarquia do Ministério da Previdência Social, o Inamps, em praticamente todos os municípios com maior população. Em 1976, via concurso, contratou cerca de 170 mil servidores (eu inclusive). A assistência médica aos segurados da Previdência era garantida por esta rede, que pagava bem aos profissionais, hospitais e laboratórios. Com a extinção do Inamps, a rede passou ao SUS, atribuição dos Estados e municípios, e deu no fracasso que todos reconhecemos hoje.

PAULO SÉRGIO V. WERNECK, médico aposentado (Taubaté, SP)

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