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Editorial

Respiro econ�mico

Divulga��o
Oper�rios na f�brica Sinctronics, em Sorocaba (SP); setor industrial teve aumento da produ��o
Oper�rios na f�brica Sinctronics, em Sorocaba (SP); setor industrial teve aumento da produ��o

Conhecida a maior parte dos indicadores do segundo trimestre, o desempenho da economia brasileira foi melhor do que se imaginava –ou se temia– h� pouco tempo.

N�o houve, est� claro, uma reca�da na recess�o, possibilidade aventada depois que as dela��es da JBS, em maio, desencadearam mais uma grave crise pol�tica.

O �ndice de atividade calculado pelo Banco Central, que procura antecipar as tend�ncias do Produto Interno Bruto, mostrou avan�o de 0,25% entre abril e junho, na compara��o com os tr�s primeiros meses do ano. Trata-se do segundo trimestre consecutivo de expans�o, o que indica maior solidez na recupera��o do pa�s.

O risco de piora pareceu elevado nos dias seguintes � revela��o da fat�dica conversa entre o presidente Michel Temer (PMDB) e o empres�rio Joesley Batista. N�o era poss�vel descartar, naquele momento, hip�teses como o descontrole da gest�o econ�mica ou a derrocada geral da confian�a dos mercados.

Aos poucos, o ambiente desanuviou-se, com boa ajuda da conjuntura internacional favor�vel. Do lado dom�stico, houve contribui��o decisiva da queda da infla��o, que abriu caminho para o corte mais acelerado dos juros –al�vio relevante para fam�lias e empresas endividadas.

Nesse quadro, v�rios setores come�am a mostrar maior dinamismo. Em julho houve cria��o de empregos em quase todos: ind�stria, com�rcio, servi�os e at� a constru��o civil, o mais atingido pela crise.

A renda familiar voltou a crescer. O comprometimento desta com o pagamento de d�vidas, hoje em 21%, deve recuar sensivelmente nos pr�ximos meses, abrindo espa�o para aumento do consumo.

Padr�o similar se observa nas empresas, que realizaram ajustes dram�ticos na sua estrutura de custos. Com alguma volta nas vendas e menores encargos financeiros, pode ser liberado um potencial de receitas capaz de sustentar uma retomada mais vis�vel.

Vislumbra-se o padr�o cl�ssico da melhora depois de recess�es profundas –crescer ocupando capacidade ociosa � mais f�cil do que investir em nova produ��o.

A maior parte dos analistas espera acelera��o da atividade ao longo do segundo semestre. O impacto no curto prazo ainda ser� modesto, quase nulo; as expectativas mais consensuais para o crescimento do PIB neste ano est�o pouco acima de zero.

Espera-se um cen�rio melhor em 2018. Tornam-se mais comuns proje��es de taxas acima de 2%.

O desafio, ainda distante, ser� construir as condi��es para crescer com produtividade e equidade, de forma sustent�vel –algo que depender� das elei��es gerais.


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