Folha de S. Paulo


Li Jinzhang

Em busca da paz no futuro

O ano de 2015 marca o 70º aniversário da vitória dos Aliados na Guerra Mundial Antifascista. Setenta anos atrás, em 2 de setembro, a cerimônia de rendição do Japão aos Aliados foi realizada no encouraçado USS Missouri na baía de Tóquio, pondo fim à Segunda Guerra Mundial, um dos capítulos mais sombrios da história humana.

Provocada pelas forças fascistas, a guerra arrasou mais de 80 países e regiões do mundo, resultando na perda de 70 milhões de vidas. Perante o desastre, todos os países e povos amantes da paz ficaram unidos na luta sangrenta para ganhar a vitória da Segunda Guerra.

Desde então, o dia 3 de setembro é reconhecido na China como o Dia da Vitória da Guerra Mundial Antifascista ou o Dia da Vitória da Guerra Antijaponesa do Povo Chinês.

Ao longo deste ano, muitos países têm realizado diversos eventos comemorativos. A China também vai realizar nesta quinta-feira (3) uma série de atividades para comemorar a data. Juntos, vamos recordar a história e reverenciar os mártires para valorizar a paz e buscar um futuro melhor.

A China foi o principal campo de batalha no Oriente durante a Segunda Guerra. Foi o primeiro país que começou o combate contra o fascismo e sofreu a guerra mais prolongada com o maior sacrifício.

Durante a Guerra Sino-Japonesa, vítimas militares e civis da China totalizaram 35 milhões. Os que sacrificaram a vida na luta pela liberdade e dignidade do seu país merecem esta homenagem. A enorme contribuição feita pela China para a causa da paz da humanidade merece esse reconhecimento.

Após o conflito, a comunidade internacional criou o mecanismo de segurança coletiva tendo no cerne a ONU. Todavia, ainda vivemos num mundo inseguro. As forças militaristas continuam a pairar e há aqueles que não querem reconhecer a sua história de agressão, na tentativa de tornar ambígua a natureza e a responsabilidade da guerra.

Em vez de pedir desculpas sinceras e mostrar remorsos, reverenciam abertamente os criminosos de guerra. São tentativas que visam maquiar e suavizar a história de agressão e causar confusão ética e moral. Tais comportamentos merecem alerta, já que são atos que causam retrocessos históricos e fogem de responsabilidades históricas.

A realização das atividades comemorativas pela China não é para prorrogar o ódio nacional nem para mergulhar o país nas amargas experiências históricas. É para demonstrar a valorização da paz, a esperança por um futuro brilhante e a determinação inalterável de prosseguir o caminho de desenvolvimento pacífico.

A China tem sido uma firme defensora, praticante e construtora da ordem internacional e dos mecanismos de paz pós-Guerra.

Com seus interesses de desenvolvimento cada vez mais integrados ao resto do mundo, a China tem apresentado iniciativas construtivas e amplamente reconhecidas pela comunidade internacional, tais como o conceito de segurança sustentável, a diplomacia de "fraternidade, sinceridade, reciprocidade e inclusão", e a visão "um cinturão e uma rota" para o desenvolvimento comum.

Os dois principais países em desenvolvimento do mundo, China e Brasil, são vencedores da Segunda Guerra. O Brasil foi o único país sul-americano que enviou tropas para a Guerra –em 1944, o país mandou uma força expedicionária para a Europa, que lutou até o fim do conflito. A Base de Natal (RN) foi uma base aérea estratégica dos Aliados. A FAB executou 2.550 missões de voos.

Hoje, parceiros estratégicos globais, China e Brasil têm sido uma força firme na manutenção de paz e estabilidade mundial. Junto dos demais países amantes da paz, como o Brasil, vamos tomar a comemoração do 70º aniversário da vitória da Guerra Mundial Antifascista como um novo ponto de partida a partir do qual contribuiremos ainda mais para a causa de paz e o desenvolvimento da humanidade.

LI JINZHANG é embaixador da China no Brasil

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