Folha de S. Paulo


Crianças são maioria entre vítimas de atentado na Síria

Chegou neste domingo (16) a 126 o total de mortos pela explosão de uma caminhonete-bomba que atingiu uma caravana de ônibus na véspera no norte da Síria. Pelo menos 68 deles são crianças, segundo a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), sediada em Londres.

O ataque é um dos mais violentos em seis anos de guerra. Os mortos eram, principalmente, moradores dos vilarejos de al-Foua e Kefraya, na província de Idlib, mas havia também combatentes rebeldes que realizavam a segurança do comboio e trabalhadores humanitários.

Um extremista explodiu a caminhonete contra a caravana de 75 ônibus que transportava habitantes de regiões leais ao regime assediadas pelos rebeldes, segundo a ONG.

O ataque aconteceu em Al Rashidin, periferia rebelde a oeste de Aleppo, onde o comboio foi bloqueado durante várias horas por desacordos entre as partes em conflito.

Segundo o OSDH, o saldo de mortos pode aumentar, já que muitos dos feridos estão em estado grave.

No local atingido, restaram os ônibus carbonizados e, ao lado de uma cratera, uma caminhonete, provavelmente a utilizada no ataque, completamente destruída.

"Houve uma enorme explosão", contou Mayssa al Aswad, 30, que estava sentada em um ônibus com seu bebê de seis meses e sua filha de dez anos no momento do atentado. "A morte pode te surpreender em alguns minutos", acrescentou.

Poucas horas depois, os comboios de deslocados retomaram o caminho para chegar a seu destino final.

O regime de Bashar al-Assad acusou "grupos terroristas", termo utilizado para designar tanto facções rebeldes quanto extremistas.

Não houve reivindicação de responsabilidade pelos ataques e a principal milícia que faz oposição armada na Síria condenou o atentado, com grupos lutando sob a bandeira do Exército Livre da Síria descrevendo-o como um "ataque terrorista traiçoeiro".

O secretário-geral adjunto de assuntos humanitários da ONU, Stephen O'Brien, disse estar "horrorizado" por este ataque "monstruoso e covarde". Seus autores "demonstraram descarada indiferença pela vida humana."

A operação de retirada começou na sexta-feira (14). Mais de 7.000 pessoas deixaram as quatro localidades.

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