O presidente da Argentina, Mauricio Macri, admitiu não ter falado sobre a soberania das ilhas Malvinas com a primeira-ministra britânica, Theresa May.
Na terça (20), ele causou confusão em Nova York, onde os dois participavam da Assembleia Geral da ONU, ao afirmar que a premiê tinha indicado estar disposta a discutir o território disputado entre os dois países.
Mike Segar - 20.set.2016/Reuters | ||
Presidente da argentina, Mauricio Macri, discursa na Assembleia Geral da ONU |
"Disse à ela: 'Estou disposto a dialogar sobre todos os assuntos [que envolvem Argentina e Reino Unido], mas não era uma reunião oficial. Ela me respondeu: 'Dialogar sempre é bom', mas nunca mencionou a palavra soberania", corrigiu-se Macri na quarta (21) a jornalistas que o acompanhavam na viagem.
O comentário do presidente na terça foi o assunto que mais repercutiu na Argentina sobre sua primeira participação na assembleia da ONU. Em seu discurso, Macri também havia abordado a questão das Malvinas, defendendo a soberania argentina.
O debate em torno da disputa do território está mais sensível no país desde a semana passada, quando os governos argentino e britânico publicaram, conjuntamente, um comunicado em que anunciam a cooperação entre os países para "remover todos os obstáculos que limitam o crescimento econômico das Malvinas, incluindo comércio, pesca, navegação e hidrocarbonetos."
A oposição argentina não aprovou o teor da nota e o Senado convocou o Ministério das Relações Exteriores para se explicar. O vice-chanceler, Carlos Foradori, deverá se apresentar na próxima quarta (28) no Congresso.
Os parlamentares também aprovaram uma declaração que ratifica "a legítima e imprescindível soberania sobre as Ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul e os espaços marítimos correspondentes como parte do território nacional" –frase que também consta na Constituição argentina de 1994.