Moradores das principais cidades italianas votam neste domingo (19) no segundo turno das eleições municipais do país, que podem eleger pela primeira vez uma mulher como prefeita de Roma. A votação é considerada um teste importante para o primeiro-ministro Matteo Renzi, que convocou para o final do ano um referendo sobre a reforma constitucional.
Com 35% dos votos no primeiro turno, em 5 de junho, a advogada Virginia Raggi, 37, candidata do partido populista Movimento 5 Estrelas (M5S), está 10 pontos à frente de Roberto Giachetti, apoiado pelo Partido Democrata (PD, centro-esquerda), de Renzi, na eleição para a prefeitura de Roma.
As quatro maiores cidades italianas –Roma, Milão, Nápolis e Turim– estão entre os 126 municípios que terão um segundo turno, já que neles nenhum candidato alcançou mais de 50% dos votos.
O PD está em dificuldades em Turim, onde seu atual prefeito é ameaçado por uma jovem candidata do M5S, e especialmente em Milão, a capital econômica do país, onde seu candidato Giuseppe Sala (38,5%) está praticamente empatado com o candidato de centro-direita Stefano Parisi (38,4%).
Na Bolonha, outro bastião da esquerda, espera-se que o PD consiga vencer a anti-imigrante Liga Nortenha. Já Nápoles é uma causa perdida, com o candidato do partido tendo saído derrotado já no primeiro turno.
FRUSTRAÇÃO
A vitória em Roma seria importante para o M5S –fundado em 2009 e já o segundo maior partido do país–, que tem se beneficiado da frustração com a corrupção nos partidos tradicionais de esquerda e direita e com as dificuldades econômicas do país, a terceira maior economia da zona do euro.
Raggi tem repetido durante sua campanha um discurso de "ruptura do sistema", sem entrar em detalhes sobre seu programa para recuperar uma cidade à beira do caos, com uma dívida de 12 bilhões de euros.
Há semanas, Renzi tenta minimizar a importância das eleições, repetindo que "a mãe de todas as batalhas" políticas permanece para ele sendo o referendo previsto para outubro sobre a sua reforma constitucional. Caso fracasse, ele prevê renunciar.
A votação, que começou às 7h (2h no horário de Brasília), deve estender-se até as 23h (18h de Brasília).