Folha de S. Paulo


Terroristas usam nome de Deus em "violência sem precedentes", diz papa

Na sequência dos atentados que mataram 31 pessoas esta semana, em Bruxelas, o papa Francisco criticou "os atos terroristas cometidos por seguidores de algumas religiões que profanam o nome de Deus e que usam o santo nome para justificar sua violência sem precedentes".

Na fala, durante as orações da Sexta-feira da Paixão, em Roma, o papa também criticou o que chamou de "consciência indiferente e anestesiada" da Europa sobre os refugiados e imigrantes.

Dezenas de milhares de pessoas se reuniram para assistir à cerimônia, muitas com velas nas mãos, nos arredores do famoso Coliseu romano, onde se acredita que milhares de cristãos tenham sido mortos durante o império romano.

"Oh! Cruz de Cristo, hoje a vemos no Mediterrâneo e no Mar Egeu, que se tornaram cemitérios insaciáveis, reflexos de nossa consciência indiferente e anestesiada", disse o pontífice de 79 anos, em alusão às milhares de pessoas que se aventuram em embarcações precárias para tentar chegar à Grécia e ao continente europeu.

Há algum tempo, Francisco vem pedindo à comunidade internacional para abrir as suas portas aos refugiados e combater a xenofobia —apelos que têm se intensificado desde um acordo polêmico firmado entre a Europa e a Turquia para expulsar os migrantes que chegam à Grécia.

Durante a cerimônia, um pequeno grupo de fiéis se revezou para carregar a cruz nas 14 estações da Via-crúcis, evocando as últimas horas da vida de Jesus, enquanto o papa observava em meio a um esquema de segurança visivelmente elevado.

A Sexta-feira da Paixão é o segundo dos quatro dias da intensa programação da Semana Santa, que termina com o domingo de Páscoa (27), quando se celebra a ressurreição de Cristo.

No sábado (26), o pontífice participará de uma vigília pascal na Basílica de São Pedro, no Vaticano, e no domingo (27) celebrará a missa de Páscoa e dará a tradicional bênção "Urbi et Orbi", abençoando Roma e o mundo.


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