Folha de S. Paulo


Amadorismo tira fôlego da campanha do democrata Bernie Sanders

Na véspera desta Superterça nos EUA, quando 11 Estados votam em prévias do Partido Democrata sob a iminência de a pré-candidatura do senador Bernie Sanders naufragar, seu comitê nacional de campanha, em Burlington, estava tranquilo.

Duas moradoras conversavam com um membro da campanha sobre a quantidade de açúcar nos biscoitos que levaram para a equipe. Um homem que trazia mais de US$ 1.000 arrecadados esperava para ser atendido.

Editoria de Arte/Folhapress
Eleições EUA - Estados com prévias na Superterça

Cerca de 20 pessoas trabalhavam em clima informal no escritório, um andar de uma casa comercial de três pisos.

Sanders e equipe se orgulham do que chamam de campanha "de base", feita por entusiastas de seus ideais de esquerda. Apoiadores correm Estados batendo de porta em porta para convencer indecisos. Voluntários sem laço com o comitê criam sites e aplicativos para colher informações sobre quem vota.

Em contraste, a campanha da ex-secretária de Estado Hillary Clinton conta com um ex-executivo do Google, e a rede de voluntários obedece a uma hierarquia nacional.

Às vezes, o amadorismo pró-Sanders sai de controle.

Brian Snyder/Reuters
presidential candidate and U.S. Senator Bernie Sanders takes the stage at a campaign rally in Milton, Massachusetts February 29, 2016. REUTERS/Brian Snyder ORG XMIT: BKS22
Bernie Sanders durante campanha em Milton, Massachusetts

Superdelegados, a elite partidária que vota no pré-candidato que quiser na convenção democrata e ajuda a selar a chapa do partido à Casa Branca independentemente das prévias estaduais, têm reclamado da abordagem de simpatizantes de Sanders.

Dos 712 existentes, 453 já declararam voto em Hillary, na contagem do site Real Clear Politics. Só 20 apoiam Sanders. Em entrevista à agência Reuters, vários deles relatam ter recebido mensagens agressivas pró-Sanders.

Em Vermont, apoiadores do senador distribuem materiais sem a identidade visual da campanha, confundindo eleitores. Sem coordenação central, até turista, como a canadense Karin Mackintosh, 40, entram no esforço. "Não sei o que farei, mas vou vir aqui na Superterça", disse.

O policial aposentado Don Macdonald, 73, vai a Estados vizinhos para convencer eleitores. "É uma campanha de bairro", diz. Macdonald conta que, se não for bem-vindo, apenas agradece e sai.

CONTAGEM DE DELEGADOS ATÉ AGORA - Entre os Democratas (com superdelegados)


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