Folha de S. Paulo


Britânico é detido no Quirguistão por chamar prato de "pênis de cavalo"

Um trabalhador britânico de uma mina de ouro no Quirguistão foi detido neste domingo (3) e pode ser condenado a até cinco anos de prisão após comparar um prato tradicional local com pênis de cavalo.

Michael Mcfeat, que trabalha para a empresa canadense Centerra Gold, foi detido após postar o comentário em seu perfil no Facebook.

Na página, ele colocou uma foto dos colegas quirguizes em uma mesa celebrando o fim de ano e escreveu que eles fazem fila para "o seu prato especial, o pênis de cavalo" —uma referência à tradicional linguiça feita de carne de cavalo conhecida como chuchuk.

O comentário de Mcfeat levou os mineiros a organizarem uma greve na mina de Kumtor, responsável por até 10% da economia da ex-república soviética. Os trabalhos, segundo um grupo sindicalista local, foram retomados neste domingo (3).

Segundo o Ministério do Interior quirguiz, 120 mineiros assinaram uma petição pedindo a detenção do britânico.

O britânico enfrenta acusações de incitação ao ódio racial, que pode ter pena de até cinco anos de prisão sob a lei do Quirguistão. Ele deletou a mensagem e pediu desculpas em outro post em sua página, dizendo que não pretendia ofender ninguém.

"Eu gostaria de aproveitar a oportunidade para pedir desculpas sinceras pelo comentário que fiz aqui sobre o povo quirguiz e pênis de cavalos. Eu realmente nunca quis ofender ninguém e eu sinto muito", escreveu o britânico.

O governo do Quirguistão está atualmente em um impasse com a Centerra. Ele quer ampliar suas participação nos lucros da mina de Kumtor de 32,7% para 50%.

A embaixada britânica disse em comunicado que está em contato com as autoridades locais e com a Centerra e dará toda a ajuda consular necessária a Mcfeat.


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