Em meio à discussão pública entre Venezuela e Argentina, a presidente Dilma Rousseff sugeriu que o Brasil vai manter a distância nas críticas contra Nicolás Maduro.
O novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, fez críticas a Maduro e pediu pela libertação de políticos opositores presos no país.
Dilma discursou em seguida na cúpula do Mercosul, em Assunção. A presidente disse que Macri foi eleito por processo democrático semelhante ao da Venezuela.
Jorge Adorno/Reuters | ||
Dilma Rousseff participa da reunião de cúpula do Mercosul, em Assunção |
"Dois exemplos recentes mostram a nossa maturidade democrática, as eleições na Argentina e na Venezuela", disse Dilma. "Demonstraram a capacidade da América Latina de encaminhar suas divergências pela via pacífica do debate e da legalidade, com pleno respeito à vontade popular e ao Estado de direito".
Ela deu "boas vindas" a Macri e, em seguida, saudou Maduro.
"Felicito o presidente Maduro e o povo venezuelano pelo espírito democrático que marcou as eleições no seu país", disse.
Argentina e Paraguai vêm defendendo críticas mais duras contra a Venezuela, pela prisão de opositores políticos. O Brasil, por sua vez, resiste a essa posição.
A diferença entre Argentina e Venezuela causou mal-estar nesta cúpula do Mercosul. Maduro cancelou a ida de última hora e a chanceler venezuelana acusou Macri de tentar interferir na política doméstica do seu país.
Visivelmente contrariado, Macri não cumprimentou a chanceler venezuelana durante a foto oficial dos representantes dos países.