Um estado de emergência foi declarado na Crimeia depois que um problema nas torres de alta tensão interrompeu o fornecimento de energia transmitida da Ucrânia e deixou quase duas milhões de pessoas sem luz, informou o governo russo neste domingo (22).
O Ministério de Energia russo informou em comunicado que as linhas de força que transmitiam energia da Ucrânia para a Crimeia foram afetadas na sexta-feira (20), mas não citou a causa do problema.
Reuters | ||
Membros do Exército da Ucrânia fazem círculo de proteção em torno de uma das torres de energia |
A imprensa do país afirma que duas torres de alta tensão na região ucraniana de Kherson, ao norte da Crimeia, foram explodidas por nacionalistas ucranianos, opositores à anexação da Crimeia pela Rússia em março do ano passado. A ação russa causou fúria em Kiev e levou o Ocidente a aplicar diversas sanções econômicos a empresas e cidadãos russos.
A agência de notícias Associated Press diz que ativistas ucranianos que pediam bloqueio econômico da Crimeia tentaram impedir o conserto das linhas, mas recuaram após confronto com a polícia. O grupo negou, contudo, autoria do ataques às linhas de força.
O ministro de Energia da Ucrânia, Volodymyr Demchyshyn, disse em comunicado que quatro linhas de força foram danificadas e que dois distritos da região ucraniana de Kherson também ficaram no escuro.
O ministério russo informou que foi declarado estado de emergência na Crimeia. Até este domingo, afirmou o órgão, a energia havia sido restaurada para um quarto da população com o uso de geradores a gás.
O governante da Crimeia, Sergei Aksyonov, declarou segunda-feira um dia sem trabalho diante da situação.
Caso seja confirmado como um ataque de nacionalistas ucranianos, a ação deve agravar os atritos diplomáticos entre os dois países, provocados pelo suposto apoio de Moscou a separatistas no leste da Ucrânia e pela anexação da Crimeia.