Folha de S. Paulo


Hong Kong vota pela primeira vez após 'Revolta do Guarda-Chuva'

Bobby Yip/Reuters
Edward Lau, 29, administrador que participou dos protestos de 2014 e concorre na eleição, faz campanha na rua
Edward Lau, 29, administrador que participou dos protestos e concorre na eleição, faz campanha na rua

Hong Kong foi às urnas neste domingo (22) pela primeira vez desde os grandes protestos pró-democracia realizados no fim de 2014, que ficaram conhecidos como a "Revolta do Guarda-Chuva".

O resultado das eleições locais mostrará se a força que os protestos geraram poderá se converter em um movimento político. O pleito escolherá quem vai ocupar os 18 conselhos de distrito entre 431 candidatos.

A votação foi encerrada às 22h30 locais (10h30 em Brasília). O resultado será conhecido na manhã de segunda-feira (23).

Hong Kong, uma ex-colônia britânica, é um território semiautônomo desde que foi devolvida à China em 1997, porém os habitantes temem a influência crescente do governo de Pequim.

Em 2014, durante dois meses, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a influência da China na eleição de 2017, que elegerá o novo líder de Hong Kong.

Os protestos foram desencadeados após Pequim determinar que os candidatos da eleição de 2017 teriam de ser escolhidos previamente por um comitê oficial.

O nome do levante se deve ao fato de os manifestantes terem usado guarda-chuvas para se proteger dos gases lacrimogêneos lançados pela polícia. Apesar da amplitude dos protestos, os ativistas não conseguiram as reformas politicas que defendiam, e o movimento sofreu divisões.

Alguns eleitores disseram que os protestos do ano passado os motivaram a participar. "Votar é o único pequeno poder que temos", opina Kris Fong, 28, administradora.

O líder estudantil Joshua Wong, 19, que foi o rosto dos protestos, votou pela primeira vez. "Me sinto entusiasmado", escreveu em seu perfil no Twitter.

Veja abaixo fotos dos protestos no ano passado:


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