Folha de S. Paulo


Slogan 'morte aos EUA' não se refere ao povo americano, diz líder do Irã

A frase "morte aos Estados Unidos" não é direcionada ao povo americano, mas às políticas do país, afirmou o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, em comentários publicados em seu site oficial nesta terça-feira (3).

O aiatolá discorreu sobre o slogan durante um encontro com estudantes iranianos logo antes do aniversário da tomada da embaixada norte-americana em Teerã, em 4 de novembro de 1979. Militantes invadiram o local e fizeram 52 americanos reféns por 444 dias.

Os dois países não têm relações diplomáticas desde então. Contudo, o atual presidente, Hasan Rowhani, tem feito esforços para melhorar o relacionamento bilateral, incluindo um acordo nuclear com grandes potências, assinado em julho.

Khamenei disse que "o propósito do slogan não é a morte do povo americano, mas morte às políticas e à arrogância dos EUA". A frase tem "grande apoio" no Irã, segundo ele.

O aiatolá e a linha-dura do governo iraniano ainda tratam os Estados Unidos com desconfiança e veem suas políticas como uma ameaça ao país. Khamenei reiterou o aviso de que não se pode confiar nos americanos, mesmo após o acordo nuclear alcançado com EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha.

O acordo promete trazer alívio às sanções econômicas impostas sobre Teerã em troca do desmantelamento do seu programa nuclear. O líder supremo iraniano afirmou que os EUA "não hesitarão" caso tenham a chance de destruir o país. "A natureza da atitude dos Estados Unidos é a continuação dos mesmos objetivos hostis do passado, e a nação não se esquecerá disso", disse.


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