Folha de S. Paulo


Crise entre Colômbia e Venezuela dificulta volta de brasileiros para casa

Cerca de 50 brasileiros que viajaram à Venezuela para participar de um congresso religioso na cidade de La Grita estão tendo dificuldades para voltar para casa por conta da crise diplomática entre Colômbia e o governo de Nicolás Maduro.

Segundo relatos enviados à Folha, desde a manhã desta sexta (29), o grupo, ligado ao Instituto Gnosis Brasil, tenta sem sucesso chegar a Bogotá para pegar seu voo para o Brasil.

Há nove dias, o governo Maduro fechou parte da fronteira entre os dois países. Desde então, deportou mais de 1.100 colombianos e declarou estado de exceção na região por dois meses.

Segundo Milton Dahyr Jr, cuja esposa está na Venezuela, os brasileiros estão com medo da instabilidade na região e querem voltar logo para suas cidades.

Eles compraram as passagem partindo de Cumbica, em Guarulhos, para a capital colombiana, de onde voaram para Cúcuta, perto da fronteira, e pegaram um traslado até La Grita. Já na entrada no país, contam que foram impedidos de entrar por conta do fechamento da fronteira, mas conseguiram negociar com o Exército e chegaram a seu destino.

Ao fazer o caminho de volta, porém, voltaram a ter problemas e agora discutem o que fazer, já que seus voos saem de Bogotá no domingo (30). Segundo Érica Alencar, uma das viajantes, parte do grupo se dispersou e conseguiu atravessar a fronteira a pé, sem carimbar os vistos.

Contatado pela Folha, o Itamaraty disse que está em contato com o governo venezuelano e negocia para que os brasileiros cruzem a fronteira aos poucos. O órgão recomendou que viajantes não tentem ir para a Colômbia ilegalmente.

Uma opção é ir para Caracas, capital da Venezuela, e pegar um voo, mas o grupo alega que a companhia aérea LAN, que emitiu suas passagens, não lhes ofereceu a possibilidade de troca.

Questionada, a LAN afirma que "está em contato com os passageiros para prestar todo apoio necessário na remarcação dos bilhetes".


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