Folha de S. Paulo


De topless, ativistas do Femen cercam carro de Dominique Strauss-Kahn

Philippe Huguen/AFP
Policial detém ativista do Femen após protesto na chegada de Dominique Strauss-Kahn ao tribunal
Policial detém ativista do Femen após protesto na chegada de Dominique Strauss-Kahn ao tribunal

Três ativistas do grupo feminista Femen protestaram nesta terça-feira (10) na frente do tribunal de Lille, na França, durante a chegada do ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn, que prestará depoimento sobre a acusação de caftinagem.

Com os seios à mostra e mensagens pintadas no corpo contra o proxenetismo e a prostituição, uma delas chegou a subir no capô do carro de Strauss-Kahn antes de ser contida pela polícia francesa. As três foram presas pelos agentes.

Denis Charlet/AFP
Ativista do Femen se joga no carro que levava o ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn ao tribunal
Ativista do Femen se joga no carro que levava o ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn ao tribunal

Este é o primeiro depoimento do ex-diretor do FMI, que é acusado de ser o principal beneficiário de festas e orgias organizadas por empresários franceses em Lille, Paris e Washington.

Na França, não é ilegal pagar por sexo, mas é proibido solicitar ou agenciar prostitutas. Strauss-Kahn nega todas as acusações e disse não saber que as mulheres que iam às orgias eram garotas de programa.

"Quando você lê a acusação dá a impressão de que isso [as orgias] era uma atividade frenética, mas isso só aconteceu quatro vezes por ano, não mais que isso. Não era uma atividade fora de controle."

Além dele, outras 13 pessoas são processadas pelo crime. Dentre elas, está o empresário David Roquet, amigo do ex-diretor do FMI que alega nunca ter contado a ele que as mulheres que estavam na festa eram contratadas.

Caso seja condenado, Strauss-Kahn poderá pegar uma pena de até dez anos de prisão e de pagamento de multa de € 1,5 milhão (R$ 4,2 milhões). Esta fase do julgamento deverá durar três dias.

Em maio de 2011, o ex-diretor do FMI foi detido nos EUA sob acusação de estupro de uma camareira do hotel Sofitel, em Nova York. Ele ficou quatro dias preso, período no qual renunciou ao seu cargo no fundo.

Até então, ele era o favorito nas pesquisas de opinião para a eleição presidencial francesa que ocorreria em 2012. As acusações criminais foram abandonadas em agosto de 2011 devido a dúvidas sobre a credibilidade da vítima.

Mais tarde, as duas partes assinaram um acordo financeiro secreto, finalizando o processo civil. Ele alegava que a relação com a camareira havia sido consensual.


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