Folha de S. Paulo


Polícias da Europa prendem 31 em operações antiterrorismo

As polícias da França, Bélgica, Alemanha e Irlanda prenderam 31 suspeitos em operações antiterrorismo entre quinta (15) e esta sexta-feira (16), enquanto as autoridades europeias correm para evitar mais ataques de cidadãos com vínculos com extremistas islâmicos no Oriente Médio.

Rob Wainwright, o chefe da agência policial Europol, disse à Associated Press que frustrar os ataques terroristas se tornou "extremamente difícil" porque de 2.500 a 5.000 extremistas muçulmanos radicalizados têm pouca estrutura de comando e estão cada vez mais sofisticados.

Yves Herman/Reuters
Policiais belgas montam guarda do lado de fora de apartamento no centro de Verviers, no leste do país
Policiais belgas montam guarda do lado de fora de apartamento no centro de Verviers, no leste do país

Como exemplo dos temores que atingem o continente, um alerta de bomba forçou Paris a esvaziar a lotada estação de trem de Gare de l'Est durante o horário de rush da manhã. Nenhuma bomba foi encontrada.

Visitando Paris nesta sexta, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, reuniu-se com o presidente francês, François Hollande, e visitou os lugares do ataque contra o jornal satírico "Charlie Hebdo" e contra o mercado kosher.

Três terroristas deixaram 17 mortos antes de serem abatidos pela polícia há uma semana.

Autoridades francesas e alemãs prenderam 15 suspeitos de terem vínculos com a facção radical Estado Islâmico.

Na Irlanda, a polícia prendeu um suposto militante franco-argelino no Aeroporto de Dublin enquanto ele tentava entrar no país usando um passaporte falso. O nome do homem acabou na lista de observação da Europa depois de expressar apoio nas mídias sociais aos ataques da semana passada em Paris, disseram autoridades.

Em uma operação belga, outros 13 foram detidos na Bélgica e dois na França em uma ação antiterror que se seguiu a um tiroteio na quinta-feira (15) em Verviers, no leste do país.

Dois suspeitos de terrorismo foram mortos e um terceiro homem foi preso na batida policial contra um suposto esconderijo terrorista.

Segundo Eric Van der Sypt, da Procuradoria Federal, os suspeitos planejavam lançar em horas um ataque para matar policiais nas ruas e em delegacias.

As autoridades belgas procuram mais suspeitos nesta sexta e encontraram quatro armas militares, incluindo rifles de assalto Kalashnikov, em mais de dez ações, disse Sypt.

"Não posso confirmar que tenhamos prendido todos nesse grupo", afirmou.

As autoridades belgas não deram detalhes sobre as pessoas detidas ou sobre as mortas, mas disse que a maioria é de cidadãos do país.

Segundo as autoridades, os alvos de sua repressão não têm conexão com os ataques da semana passada na região de Paris.

FRANÇA E ALEMANHA

Em toda a Europa, a ansiedade cresce enquanto continua a caçada por potenciais cúmplices dos três atiradores de Paris.

A Procuradoria da capital francesa disse que ao menos 12 pessoas foram presas em ações antiterror na área, tendo como alvo suspeitos vinculados a um deles —Amedy Coulibaly— que alegou ter vínculos com o Estado Islâmico.

Em Berlim, a polícia prendeu dois homens suspeitos de recrutar combatentes para o EI na Síria. Os procuradores afirmaram que 250 policiais participaram das batidas em 11 residências que estavam havia meses sendo investigadas por causa de um grupo de extremistas turcos.

Em uma ação separada, a polícia em Wolfsburg, a cerca de 200 km a oeste de Berlim, prendeu um alemão-tunisiano de 26 anos na quinta pela suspeita de que ele lutou na Síria pelo Estado Islâmico em 2014.


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