Admiradores do semanário "Charlie Hebdo se reuniram espontaneamente nas proximidades do local do atentado terrorista da manhã desta quarta-feira (7). A rua do prédio que sedia a publicação continua isolada pela polícia. Ao menos 12 pessoas foram mortas no ataque
No boulevard Richard Lenoir, a 200 metros da famosa praça da Bastilha, cerca de cem pessoas prestam sua homenagem diante do cordão de isolamento.
"É a primeira vez em quarenta anos que 'Charlie Hebdo' não me faz rir. Antes de raiva ou indignação, é um momento de tristeza profunda", disse o escritor Éric Müller, 50.
Ele segurava um cartaz que reproduzia uma das capas do semanário em que um desenho Muhammad, o profeta do Islã, põe as mãos sobre os olhos e reclama dos integristas: "C'est dure d'être aimé par des cons" ("é duro ser amado por esses babacas"). "Foi por isso que ele morreu", disse Müller.
O comerciante Kamel Amrio chegou com um grupo de cinco amigos. Ele carregava um cartaz em que estava escrito "je suis Charlie" ("eu sou Charlie").
"É um atentado brutal contra todo o país. O que eu quero é que a França responda a isso com unidade, não com mais divisões. Estou aqui para mostrar que o mal não pode vencer", disse.