Partidos de oposição da Venezuela pedirão nesta sexta-feira (28) informações à Embaixada do Brasil em Caracas sobre o recente caso da babá da família do ministro das Comunas, Elías Jaua.
Em 24 de outubro, Jeanette Anza, 39, foi presa no aeroporto internacional de Guarulhos (SP) com um revólver. Na ocasião, Jaua disse que a arma era sua e estava na mala da babá por engano.
O objetivo dos partidos é conseguir provas para um eventual processo por abuso de poder contra o ministro, que usou um avião da estatal PDVSA para viajar ao país.
O governo venezuelano não avisou ao Brasil sobre a viagem, o que provocou irritação do Itamaraty. O mal-estar piorou após se descobrir os encontros oficiais de Jaua com a direção do MST.
O caso foi tratado como um escândalo pela oposição venezuelana, que busca pressionar o presidente Nicolás Maduro a meses da eleição parlamentar tida como a mais dura que será enfrentada pelo chavismo desde 1999.
"Queremos saber o que o Itamaraty sabe e pensa deste episódio", disse à Folha o deputado Julio Montoya, secretário de Relações Internacionais do Primero Justicia, que pretende levar o caso à Promotoria venezuelana.
A embaixada brasileira em Caracas disse, porém, que não foi consultada pelos partidos. Mesmo assim, Montoya e seus colegas vão tentar obter as informações.
"O Itamaraty é uma chancelaria séria e institucional. Mas se a embaixada não quiser nos receber, então entregaremos na portaria do prédio uma carta com nosso pedido de ajuda para trazer toda a luz sobre este caso".