O governo de unidade palestino se reuniu nesta quinta-feira (9), em Gaza, pela primeira vez desde sua formação, em junho, depois de anos de hostilidades entre o movimento islamita Hamas, que controla a faixa de Gaza, e a Autoridade Nacional Palestina, que administra a Cisjordânia.
Em setembro, o Hamas e a Organização de Libertação da Palestina (OLP), cujo principal membro é o Fatah, acertaram permitir que seu governo de unidade, ameaçado pelas inúmeras divergências entre as partes, voltasse a exercer sua autoridade na faixa de Gaza.
Dezenas de seguranças do Fatah leais ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e também policiais do Ministério do Interior do Hamas fizeram a proteção do primeiro-ministro palestino, Rami Hamdallah, em sua chegada a Gaza.
Em sua agenda, ele deve visitar regiões destruídas na guerra de 50 dias entre o Hamas e Israel em julho e agosto, e sua presença pode encorajar países doadores a se comprometerem com recursos para reconstruir Gaza.
Hamdallah estimou que os gastos serão da ordem de US$ 4 bilhões nos próximos três anos.
"Eu venho a vocês representando o presidente Mahmoud Abbas e, como chefe do governo nacional de consenso, para assumir nossas responsabilidades, atender suas necessidades e lançar um esforço abrangente para ajudar Gaza e trazer alívio para nosso povo aqui", disse ele.
Os partidos palestinos concordaram o governo de união assumiria a autoridade imediata sobre Gaza antes de uma conferência internacional de ajuda humanitária em 12 de outubro na capital do Egito, Cairo.
Muitos países condicionam sua ajuda para a reconstrução de Gaza à presença de um governo de unidade no território, uma vez que o Hamas é considerado pelos Estados Unidos e pela União Europeia como um grupo terrorista.
Fatah e Hamas acertaram em maio a formação de um gabinete conjunto. Os partidos chegaram a travar uma guerra em 2007.