Pelo menos 196 corpos dos passageiros do Boeing da Malaysia Airlines que caiu há três dias na Ucrânia foram levados por separatistas para a estação de trem da cidade de Torez.
A Folha visitou o local, a 15 km do lugar da queda do avião. Os corpos foram transportados de caminhão e estão em vagões refrigerados, mas, por enquanto, sem qualquer confirmação do seu destino.
Membros da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) estiveram nesta manhã na região onde caiu na quinta-feira (17) boa parte dos destroços do vôos MH17 com 298 pessoas a bordo.
Leandro Colon/Folhapress | ||
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Vagões refrigerados armazenam ao menos 169 corpos de passageiros do Boeing da Malaysia Airlines |
Assim como nos dias anteriores, eles foram guiados por rebeldes separatistas, que controlam a área.
Na prática, esses integrantes da OSCE são mais observadores do que investigadores de acidente aéreo.
A Folha retornou neste domingo à área da queda do avião. Apesar da retirada dos corpos, pedaços da fuselagem do Boeing e bagagens e outros pertences dos passageiros continuam espalhados, sem qualquer proteção para uma investigação independente.
O governo ucraniano tem acusado os separatistas pró-Rússia de alterar a área para impedir uma apuração que comprove o envolvimento deles na derrubada do Boeing.
Eles controlam não só o espaço onde caiu o avião, mas toda a região, administrada pela cidade de Donetsk, também sob o poder deles.
Os Estados Unidos acusam o grupo de ter abatido o avião com míssil supostamente fornecido pelos russos.