Folha de S. Paulo


Secretário de Defesa dos EUA acusa China de desestabilizar Ásia

O secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, acusou indiretamente neste sábado (31) a China de tentar desestabilizar a ordem mundial ao reivindicar território em áreas do mar do Sul da China, disputadas com Filipinas e Vietnã.

Em um fórum sobre segurança em Cingapura, Hagel chamou de "unilaterais e desestabilizadoras" as ações tomadas pelos chineses na região, em especial a criação de zonas de defesa aérea que incluem áreas disputadas nos mares do Sul e do Leste da China.

Para o secretário americano, "os princípios fundamentais da ordem internacional não podem ser questionados". "Os Estados Unidos se opõem veementemente ao uso de intimidação, coerção ou ameaça de força para fazer valer reivindicações."

Nos últimos meses, a China disputa com Filipinas, Vietnã, Taiwan, Malásia e Brunei áreas do mar do Sul da China. Pequim também provocou tensão com Japão e Coreia do Sul, quando criou uma zona de defesa no mar do Leste da China.

Na mesma entrevista, Hagel deu apoio às aspirações japonesas de ter um papel maior na manutenção da segurança da Ásia, em um momento em que Tóquio aumenta seu poderio militar diante da ameaça dos vizinhos chineses.

Em resposta às declarações do secretário de Defesa americano, o chefe-adjunto do Estado Maior chinês, Wang Guanzhong, elogiou Hagel pelo tom usado no evento ao se referir a seu país, mas considerou seus comentários infundados.

"Este discurso está cheio de hegemonia, de incitamento, ameaça e intimidação", disse Wang, citado por um repórter de uma emissora estatal chinesa."Este discurso não é construtivo (...) e tais acusações não têm fundamento."

ESPIONAGEM

O fórum sobre segurança acontece em meio à tensão provocada pelo indiciamento de cinco militares chineses nos Estados Unidos por espionagem industrial e invasão de computadores, há duas semanas.

Em resposta, o governo chinês se retirou de um grupo de negociação com os Estados Unidos sobre tecnologia e divulgou um informe em que acusa os americanos de conduzir "espionagem cibernética inescrupulosa", da qual a China é a maior vítima.


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