Folha de S. Paulo


Merkel defende ex-premiê de Luxemburgo para Comissão Europeia

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou nesta sexta-feira (30) que apoia o nome do ex-primeiro-ministro de Luxemburgo Jean-Claude Juncker para chefiar a Comissão Europeia, braço Executivo da União Europeia.

"A partir de agora, todas as minhas conversações são realizadas nesse sentido, de que Jean-Claude Juncker seja eleito presidente da Comissão Europeia", afirmou a chanceler. Foi a primeira vez que Merkel declarou explicitamente o apoio ao candidato.

A líder vinha sendo criticada em seu país por não declarar apoio a Juncker. O candidato havia sido indicado pelo conservador PPE (Partido Popular Europeu), do qual faz parte o grupo de Merkel e que obteve a maior bancada no Parlamento Europeu nas eleições du último domingo (25).

Na terça-feira (27), a chanceler alemã chegou a defender mais negociações sobre os candidatos para chefiar o grupo, já que nenhum partido obteve a maioria absoluta no Parlamento Europeu.

Tradicionalmente, os líderes da União Europeia podem nomear o presidente da Comissão, mas, pelas novas regras, eles terão de levar em conta a partir de agora os resultados das eleições europeias.

O PPE, de Juncker, conseguiu 213 dos 715 lugares do Parlamento Europeu. O candidato do grupo havia reivindicado o cargo no domingo, mas, para ser eleito, deve obter uma dupla maioria: a dos chefes de Estado e de governo e, no mínimo, 317 votos no parlamento.

OPOSIÇÃO BRITÂNICA

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, já declarou que não apoiará o ex-premiê de Luxemburgo. Segundo o jornal "Financial Times", o britânico disse que Juncker é um candidato "totalmente inaceitável" e que sua visão de integração europeia, com o euro como moeda oficial, está distante da opinião pública.

Juncker também não tem o apoio do sueco Fredrik Reinfeldt, do holandês Mark Rutte e do finlandês Jyrti Katainen. Ele deverá enfrentar na disputa pela presidência da Comissão Europeia Martin Schulz, da Alemanha, indicado pelos social-democratas.

O nome que for escolhido para chefiar a Comissão Europeia substituirá o português José Manuel Durão Barroso, do PPE, que comandava o grupo desde 2004.


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