Folha de S. Paulo


Obama vai reduzir tropas no Afeganistão a menos de um terço até o fim do ano

Até o fim deste ano, mais de dois terços dos quase de 33.000 militares americanos em solo afegão serão retirados do país. Em discurso na tarde desta terça-feira (27), o presidente Barack Obama confirmou que apenas um grupo de 9.800 militares será deixado no país a partir de janeiro de 2015.

"Esse número será cortado a cerca de metade no fim de 2015. Já no fim de 2016, os militares terão uma presença normal de embaixada em Cabul", disse Obama.

Em 2016 –último ano do mandato de Obama– ficarão no Afeganistão somente os funcionários que manterão a segurança da embaixada em Cabul, como ocorre hoje em Bagdá, capital do Iraque.

Editoria de Arte/Folhapress

Essas informações haviam sido adiantadas por uma fonte da Casa Branca a diversos jornais americanos.

A expectativa já era de que o efetivo dos EUA no Afeganistão caísse para cerca de 10.000 homens –o mínimo exigido pelas forças armadas para treinar as forças afegãs– até dezembro. Em 2011, dez anos após os atentados de 11 de Setembro, o número de militares americanos no país era de 100.000.

No último domingo (25), Obama prometeu levar a guerra no Afeganistão a um "fim responsável", durante visita surpresa às tropas americanas no país, por ocasião do Memorial Day (data em que os americanos lembram os militares mortos em batalha).

Nesta terça, ele repetiu que a retirada dos militares "levará a gerra mais longa dos Estados Unidos a um fim responsável".

"É hora de virar a página depois de mais de uma década em que muito da nossa política externa foi focada nas guerras no Afeganistão e no Iraque", disse.

TRANSIÇÃO

Segundo Obama, 2014 será um ano "crucial" no Afeganistão. Apesar da retirada, o presidente garantiu que os EUA seguirão "comprometidos com um Afeganistão soberano, seguro, estável e unificado".

O americano ressaltou que neste ano o país terá sua primeira transição democrática, com o segundo turno das eleições presidenciais em algumas semanas.

Obama disse estar esperançoso já que os dois candidatos se mostraram dispostos a assinar o acordo bilateral de segurança com os EUA caso sejam eleitos. O acordo prevê proteção legal às tropas americanas que permanecerem no país.

Essas tropas terão a função de treinar soldados afegãos e oferecer apoio a operações de contra-terrorismo.

"Temos que reconhecer que o Afeganistão não vai ser um lugar perfeito. E não é responsabilidade dos EUA o tornarem isso. O futuro do Afeganistão tem que ser decidido pelos afegãos", disse. Segundo ele, o que os EUA devem e vão fazer é garantir a segurança das fronteiras americanas e dar uma oportunidade aos afegãos.


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