Folha de S. Paulo


Turquia, Irã e China seguem como os países que mais prendem jornalistas

Turquia, Irã e China continuam sendo os países que mais prendem repórteres e somam juntos mais da metade dos jornalistas na prisão no mundo em 2013, segundo um relatório do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ, em inglês).

Número de jornalistas sequestrados mais que dobrou em 2013, diz organização

O estudo divulgado nesta quarta-feira em Nova York mostra uma queda do número geral de repórteres detidos (211 contra 232 em 2012) e destaca que na América Latina não há nenhum jornalista detido e que o único registrado em todo o continente americano encontra-se nos Estados Unidos.

A lista dos dez países com mais repórteres detidos inclui --além de Turquia, Irã e China--, Eritreia, Vietnã, Síria, Azerbaijão, Etiópia, Egito e Uzbequistão. Apesar da queda em relação a 2012, o grupo considera que este ano "é o segundo pior" do qual se tem registro.

Os três países têm 107 profissionais presos --40 na Turquia, 35 no Irã e 32 na China. O número de jornalistas detidos aumentou em Vietnã, Etiópia, Bahrein e Somália. A maioria foi acusada de subversão ou terrorismo, mas em 46 casos as razões da detenção não foram divulgadas.

"Embora seja perturbador observar um aumento do número de jornalistas detidos em países como Vietnã e Egito, é escandaloso que a Turquia seja pelo segundo ano consecutivo o país com maior quantidade de jornalistas presos", declarou Joel Simon, diretor-executivo do CPJ.

Um caso particular é a Síria, onde o número de jornalistas detidos pelo regime do ditador Bashar al-Assad caiu de 15 para 12 em relação a 2012, embora o relatório não contabilize os 30 repórteres desaparecidos no país, que, em sua maioria, acredita-se que tenham sido sequestrados por grupos armados da oposição.

AMÉRICAS

O único jornalista detido no continente americano no dia 1º de dezembro estava nos Estados Unidos, indica o CPJ, que não costuma poupar críticas a países considerados problemáticos para a imprensa independente, como Venezuela, Cuba ou Equador.

"Nos últimos anos, a prisão de jornalistas nas Américas é cada vez mais rara: em 2012 um jornalista foi detido em Cuba e em 2011 o CPJ não documentou nenhum caso", explicou Elana Beiser, diretora editorial do Comitê.

Quanto ao repórter detido nos Estados Unidos, trata-se de Roger Shuler, um blogueiro independente "especializado em denúncias de corrupção e escândalo nos círculos do Partido Republicano do estado do Alabama" (sul), segundo o CPJ.

Shuler estava na prisão "acusado de desacato, por se negar a cumprir uma ordem judicial relacionada com conteúdo julgado como difamatório", de acordo com o Comitê.


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