Folha de S. Paulo


Farc dizem que atentado "está no contexto" do conflito na Colômbia

A delegação das negociações de paz das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) afirmou neste domingo que o atentado do último sábado a uma delegacia de polícia de Inzá, no sudoeste do país, faz parte do conflito armado com o governo colombiano.

Na madrugada de ontem, um grupo de guerrilheiros lançou bombas contra o posto policial, deixando oito mortos e 20 feridos, em sua maioria membros das forças de segurança. O presidente Juan Manuel Santos afirmou que a ação dificultará o diálogo com a guerrilha, mas descartou qualquer intenção de cessar-fogo.

Em entrevista na véspera da retomada das negociações em Havana, Jesús Emilio Carvajino, conhecido como Andrés Paris, definiu a ação das Farc como um "assalto a uma fortificação militar-policial localizada dentro de um povoado, algo proibido pelo direito internacional humanitário".

"Esse fato é uma ação que faz parte da confrontação que acontece no nosso país. Nós denunciamos de forma reiterada como a população civil é usada como escudo", disse o negociador, criticando a polícia colombiana, a que considerou "um elo importantíssimo da guerra na Colômbia".

O atentado matou cinco militares, um policial e três civis, segundo o governo colombiano. Na noite de sábado, o ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, ofereceu uma recompensa de 50 milhões de pesos (R$ 59 mil) para quem der informações que levem aos responsáveis pelo ataque.

Em entrevista, Pinzón qualificou o atentado como "um ato de dementes e de barbárie". Ele também disse que Bogotá oferece 2 bilhões de pesos (R$ 2,35 milhões) para um guerrilheiro conhecido como "Pacho Chino", que lidera a sexta frente das Farc.

O governo e as Farc negociam há mais de um ano em Cuba um acordo de paz. Apesar de o grupo ter tentado fazer um cessar-fogo unilateral no ano passado, o governo se negou a terminar os combates durante os diálogos com os guerrilheiros.


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