Folha de S. Paulo


Zelaya reconhecerá resultados das eleições se comprovar que não houve fraude

O ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya disse nesta quarta-feira à Agência Efe que reconhecerá os resultados oficiais das eleições de domingo, que dão triunfo ao candidato governista, Juan Orlando Hernández, se for comprovado que não houve "falhas maciças".

"Se as provas que estamos colhendo em nível nacional comprovarem falhas maciças no processo, nós vamos denunciar e vamos impugnar, mas se ao contrário, for demonstrado ali que não houve problemas, também vamos dizer", ressaltou o ex-governante.

Zelaya, cuja mulher, Xiomara Castro, é a candidata do Partido Liberdade e Refundação (Livre), disse na segunda-feira (25) que o partido não aceita os resultados do pleito porque houve uma suposta "fraude", embora até agora não tenham apresentado provas.

A mulher de Zelaya anunciou nesta quarta-feira em sua conta no Twitter que na próxima sexta-feira se pronunciará sobre o "resultado final" do pleito.

De acordo com o último resultado preliminar das eleições, com 70% dos votos apurados, Hernández soma 34,13%, enquanto Castro 28,89%, dados que, segundo o presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), David Matamoros, são "irreversíveis".

"Não temos mais interesse que descobrir a verdade do que aconteceu", indicou Zelaya, que foi derrubado mediante um golpe de Estado em 28 de junho de 2009, quando promovia uma consulta popular para reformar a Constituição ignorando impedimentos legais.

Zelaya disse na segunda-feira )25) que as bases do partido, se for necessário, estão dispostas a defender "o triunfo" de sua mulher, "até nas ruas".

Um grupo de estudantes da Universidade Nacional Autônoma de Honduras (UNAH), que disse ser simpatizante do Livre e do Partido Anticorrupção (PAC), protestaram nesta quarta-feira, pelo segundo dia consecutivo, no extremo oriental de Tegucigalpa, alegando que houve "fraude" no pleito.

Um porta-voz da Polícia Nacional disse aos jornalistas que até agora o protesto foi "pacífico", embora tenha assinalado que essa instituição "não permitirá" que os manifestantes causem "prejuízo algum".

Nas eleições do domingo em Honduras, onde não há segundo turno, pela primeira vez participaram nove partidos políticos.


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