Folha de S. Paulo


Negociadores palestinos renunciaram a diálogo com Israel, diz Abbas

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, informou nesta quarta-feira que os membros palestinos das negociações de paz com Israel devem renunciar. Ele atribuiu a desistência ao pouco progresso no diálogo com o Estado judaico, iniciado em julho.

A decisão é tomada um dia após o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, ter anulado o projeto de construção de 24 mil casas na Cisjordânia. Caso confirmada, a saída dos palestinos marca um novo fracasso nas negociações, que são patrocinadas pelos Estados Unidos.

Em uma entrevista à TV egípcia CBC, Abbas sugeriu que o diálogo continuaria mesmo se os negociadores palestinos mantiverem sua decisão. "Ou convencemos a delegação a retornar, e nós estamos tentando, ou formamos uma nova delegação".

Ele não deixou claro se os negociadores já se retiraram, mas ele disse precisar de cerca de uma semana para retomar as negociações. Mais cedo, o negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, havia afirmado que as sessões do diálogo haviam sido interrompidas.

"Na verdade, as negociações pararam na semana passada à luz dos anúncios de assentamentos na semana passada", disse ele, sem confirmar se renunciou ao cargo.

Desde que as negociações recomeçaram após um intervalo de três anos, Israel anunciou planos para milhares de novas casas em assentamentos na Cisjordânia e no leste de Jerusalém.

Os palestinos buscam estabelecer um Estado na Cisjordânia e Faixa de Gaza, uma área hoje controlada pelo Hamas, que se opões às medidas de paz de Abbas. Eles temem que os assentamentos impeçam a obtenção de um território nacional viável e contínuo.

Israel alega ligações históricas e bíblicas com a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, onde mais de 500 mil colonos israelenses vivem ao lado de 2,5 milhões de palestinos.


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