Oscar Espinosa Chepe, economista cubano dissidente que foi prisioneiro político, morreu ontem na Espanha, aos 72, após lutar contra doença no fígado e câncer.
Espinosa foi funcionário do Banco Central cubano até 1996. Censurado em Cuba, era interlocutor de acadêmicos dentro e fora da ilha e produzia textos para imprensa estrangeira sobre as reformas em curso no país.
A saúde de Espinosa rapidamente se deteriorou na prisão e ele foi libertado por razões médica em novembro de 2004, após mais de um ano de cadeia. Hospitalizado várias vezes nos últimos anos, viajou em março à Espanha para ser submetido a tratamento, após o governo espanhol ter intercedido a favor dele.
O economista escreveu uma série de artigos criticando a política econômica de Cuba antes e depois de sua prisão. Ele escreveu dois livros nos últimos anos e era considerado uma importante fonte de informação por acadêmicos e especialistas cubanos no exterior, embora seu trabalho tenha sido censurado em Cuba.
"Oscar foi um dos economistas melhor informados e corajosos de Cuba", disse o economista cubano-americano Carmelo Mesa-Lago, professor emérito da Universidade de Pittsburgh. "Sua obra, sempre totalmente documentada, atual, objetiva, perspicaz e analítica, foi influente e abundantemente citada em meu próprio trabalho."