Folha de S. Paulo


Israelenses e palestinos voltam a negociar paz em local desconhecido

Está previsto que comece hoje, em Jerusalém, uma nova rodada de negociações de paz entre israelenses e palestinos.

As conversas, após um encontro formal em Washington anunciando a retomada do diálogo, ocorrem às escuras. Não foi divulgado o local ou o horário do encontro, e ambas as partes eram orientadas a não divulgar detalhes dos tópicos abordados.

As negociações de paz foram reiniciadas após esforço diplomático de John Kerry, secretário de Estado dos EUA. Israel é representado por Tzipi Livni, ministra da Justiça, enquanto o negociador-chefe Saeb Erekat fala pelos palestinos. Não havia diálogo direto desde 2010.

Há baixa expectativa em relação a um futuro acordo que leve à criação de um Estado palestino, principalmente após os sucessivos anúncios da construção de casas em assentamentos israelenses em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia.

No domingo, foi divulgada a venda de quase 1.200 unidades. Na segunda-feira, o Ministério do Interior deu procedimento à burocracia que pode levar à construção de mais 900 casas.

A expansão dos assentamentos, apesar de criticada pela comunidade internacional, já era esperada como compensação à ala direita do gabinete do premiê israelense Binyamin Netanyahu, após a libertação de 26 prisioneiros palestinos como gesto de boa-vontade.

O secretário Kerry pediu que palestinos "não reajam negativamente" aos assentamentos, diante da retomada das negociações. Mas ele afirmou, também, que "os EUA veem todos os assentamentos como ilegítimos".

As negociações devem durar nove meses, abordando assuntos delicados, a exemplo das fronteiras. Palestinos exigem que Israel recue para o território anterior à Guerra dos Seis Dias, em 1967, com algumas trocas. Israel quer que as autoridades palestinas reconheçam o caráter judaico do Estado israelense e se comprometam com a segurança regional.


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