Folha de S. Paulo


Índia acusa Paquistão de matar cinco soldados na fronteira da Caxemira

O governo indiano informou nesta terça-feira que cinco soldados do país foram mortos em um ataque a um posto de fronteira na região da Caxemira, que é disputada com o Paquistão. As mortes acontecem em meio a negociações entre os dois países para retomar os diálogos de paz.

As mortes causaram um alvoroço no Parlamento indiano, onde parlamentares exigiram que o governo explicasse o que aconteceu. Segundo o ministro da Defesa indiano, A.K. Antony, cerca de 20 militantes separatistas acompanhados de homens vestidos com uniformes militares paquistaneses realizaram o ataque.

Em nota, a Chancelaria paquistanesa negou a ação e disse que as acusações indianas são infundadas. Os dois Exércitos, que vivem sob clima de enorme tensão ao longo da fronteira fortemente militarizada, entraram em confronto em Poonch em janeiro, depois que um soldado indiano foi morto e decapitado.

Enfrentando indignação pública pelo ataque, a Índia cancelou à época negociações de paz planejadas com o Paquistão. No mês passado, o novo governo do Paquistão, liderado pelo primeiro-ministro Nawaz Sharif, propôs datas para conversações de paz, e Nova Déli estava preparando uma resposta.

CONFLITO

Índia e Paquistão disputam a soberania da Caxemira --única região indiana de maioria muçulmana-- desde a independência de ambos os países, em 1947, após a partilha do subcontinente indiano pelo Reino Unido, antigo colonizador.

Durante a década de 1990, os dois países brigaram pelo controle da região, o que incluiu até exercícios nucleares. Em 2003, foi assinado um cessar-fogo e no ano seguinte, um plano de paz, que determinou a divisão do território da região ao meio.

Nos últimos anos, indianos e paquistaneses cooperaram entre si para a solução do atentado de 2008 em Mumbai, em que dez atiradores paquistaneses mataram 166 pessoas. Eles também aprovaram mudanças para facilitar as viagens entre os dois países.

Mesmo assim, ainda se mantém a tensão no campo diplomático, em que se evita o assunto nas relações entre Nova Déli e Islamabad.


Endereço da página: