Folha de S. Paulo


Maioria dos israelenses é favorável a acordo de paz com palestinos, diz pesquisa

Uma pesquisa realizada em Israel e divulgada hoje mostra que mais de metade dos israelenses concordaria com um acordo de paz acordado pelo primeiro-ministro Binyamin Netanyahu com as lideranças palestinas e submetido a referendo.

Pressionado pela ala direita de sua coalizão, o premiê deve submeter qualquer negociação voto popular. Apesar de esse ser um prospecto distante, uma vez que as conversas de paz ainda não foram oficialmente retomadas, o apoio popular deve servir de impulso ao governo israelense.

Na sexta-feira passada (19), John Kerry, secretário de Estado americano, anunciou durante passagem pela Jordânia que as negociações entre israelenses e palestinos deverão ser retomadas. É esperado que os negociadores Tzipi Livni (ministra israelense da Justiça) e Saeb Erekat (negociador palestino) voem à capital americana para acertar os detalhes das conversas futuras.

De acordo com a pesquisa divulgada hoje (24), 39% dos israelenses apoiariam qualquer plano apresentado por Netanyahu. Enquanto isso, 5% afirmaram que votariam contra qualquer proposta, independentemente do teor.

O Instituto Diálogo, sob a supervisão de um professor da Universidade Tel Aviv, ouviu 511 pessoas para a pesquisa.

Ainda não está claro quais serão os termos da retomada das negociações de paz. Israel concordou em libertar 82 prisioneiros palestinos detidos desde antes dos Acordos de Oslo, de 1993 --uma reivindicação histórica da liderança palestina. Eles serão soltos em etapas, após o início das conversas.

Mas ainda há aberta uma série de pontos críticos entre israelenses e palestinos, incluindo um possível congelamento da construção de assentamentos na Cisjordânia e a tomada das fronteiras anteriores a 1967 como bases para um futuro Estado palestino. Ambos os assuntos são extremamente impopulares em Israel, e podem vir a travar as negociações.


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