Folha de S. Paulo


Família de Mandela deve parar de "manchar" seu nome, diz Desmond Tutu

O Nobel da Paz sul-africano Desmond Tutu, 81, ícone da luta anti-apartheid e amigo de Nelson Mandela, pediu para que a família do ex-presidente pare de "manchar" seu nome.

A declaração se refere às disputas internas dos descendentes de Mandela, 94, que têm vindo à tona desde que o líder foi internado, há quatro semanas, devido a uma infecção pulmonar grave.

O clã de Nelson Mandela trava feroz disputa na imprensa e nos tribunais em torno do local que receberá o corpo de Mandela --provavelmente um futuro ponto turístico-- e de quem será o chefe do clã após sua morte.

Na quarta-feira, por decisão da Justiça, os corpos de três filhos de Mandela foram levados de volta a um jazigo em Qunu, onde o líder passou parte da infância.

Há dois anos, os caixões estavam na casa de Mandla, o neto mais velho de Mandela, em Mvezo, aldeia onde o ex-presidente nasceu.

O governo sul-africano diz que o estado de Mandela é "crítico, porém estável". A AFP havia noticiado, porém, que um documento judicial apresentado em 26 de junho pela filha mais velha do líder, Makaziwe, afirmava que ele se encontra em "estado vegetativo permanente". A BC ouviu advogados que negam a existência do documento.

Denis Goldberg, 80, um amigo de Mandela e companheiro da luta anti-apartheid, afirmou à AFP nesta sexta que os médicos do ex-presidente descartaram a opção de desligar os aparelhos que ainda o mantêm vivo enquanto não houver uma falência real dos órgãos vitais.

"Disseram-me que a questão [de desligar os aparelhos] foi discutida", declarou Goldberg, que visitou Mandela na segunda, a convite da esposa de Mandela, Graça Machel.

De acordo por uma fonte ouvida pela CNN, Mandela tem feito tratamento de hemodiálise e abre os olhos quando alguém lhe dirige a palavra. A fonte alega que ele não se encontra em estado vegetativo.


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