Folha de S. Paulo


Informações de Snowden continuarão a ser publicadas, diz Assange

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, disse neste domingo (30) que Edward Snowden, ex-funcionário de inteligência dos Estados Unidos, garantiu que as informações que captou sobre programas de vigilância americanos continuarão a ser publicadas independentemente do que acontecer com ele.

Assange criticou os EUA por revogar o passaporte de Snowden e disse que tal medida não impedirá que as informações secretas obtidas pelo ex-funcionário de 30 anos venham a público.

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"Veja, não há como parar o processo de publicação nesse estágio", disse Assange em entrevista ao canal ABC. "Grande cuidado foi tomado para garantir que o sr. Snowden não pode ser pressionado por qualquer governo a interromper o processo de publicação".

Ele não respondeu diretamente ao ser questionado se o Wikileaks estava em poder de arquivos relacionados ao tema.

Na semana passada, Glenn Greenwald, o jornalista do "The Guardian" que publicou pela primeira vez as informações obtidas por Snowden, disse que ele havia feito cópias codificadas de seus arquivos e distribuído-as caso algo acontecesse com ele.

Greenwald disse ao "The Daily Beast" que as pessoas que detêm esses arquivos "não conseguem acessá-los porque eles são altamente codificados e elas não têm as senhas".

No entanto, Greenwald afirmou ainda que "se qualquer coisa acontecer com Edward Snowden, ele me disse que tomou medidas para que tenham acesso a todos os arquivos".

REVELAÇÕES DE SNOWDEN

Assange e outras pessoas vinculadas ao WikiLeaks dão assistência a Snowden, que provocou uma nova polêmica ao revelar um programa secreto de vigilância americano.

Após as revelações, Washington revogou o passaporte de Snowden e emitiu uma ordem de prisão contra o ex-funcionário, que permanece desde a semana passada na zona de trânsito do aeroporto de Moscou, onde chegou vindo de Hong Kong.

Snowden pediu asilo ao Equador, mas Quito respondeu que só poderia conceder o auxílio quando ele estivesse em território equatoriano.

Na entrevista, Assange chamou Snowden de "herói" e considerou inaceitável que o vice-presidente americano, Joe Biden, tenha ligado ao presidente do Equador, Rafael Correa, para "pressioná-lo" para que rejeite o pedido de asilo.


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