Folha de S. Paulo


Não quero ser invasivo com visita, diz Obama sobre Mandela

A caminho da África do Sul, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deu a entender nesta sexta-feira que é pequena a probabilidade de uma visita ao ex-presidente Nelson Mandela, internado em estado grave em um hospital de Pretória.

Em entrevista a caminho da capital administrativa sul-africana, o americano disse que não quer atrapalhar o tratamento do líder negro. "Eu não preciso de uma foto com ele. A última coisa que eu quero fazer é ser invasivo enquanto a família está preocupada com a condição de saúde dele".

Saúde de Mandela ofusca visita de Obama

Ele voltou a ressaltar o legado do sul-africano e disse que as condições de saúde de Mandela não mudam a mensagem que ele quer passar durante essa viagem.

"Penso que a principal mensagem que quero entregar não é diretamente a ele, mas à sua família, é a simples gratidão por esses anos de liderança e que saibam que os pensamentos e as orações dos americanos estão com ele, sua família e seu país".

Antes da piora da saúde de Mandela, estava programada uma visita entre os dois enquanto Obama estivesse na África do Sul. Obama será recebido em Pretória pelo presidente sul-africano Jacob Zuma, com quem terá um encontro para discutir a relação bilateral entre os países.

Nesta sexta, Mandela continua internado em estado grave. No entanto, sua ex-mulher, Winnie, disse que ele melhorou muito nos últimos dias. "Não sou médica, mas posso dizer que houve uma grande evolução em sua saúde de uns dias para cá".

FOME

Mais cedo, o mandatário americano disse que seu país tem o "imperativo moral" de contribuir para o combate à fome na África, em visita a agricultores no Senegal. "Acredito que a África esteja se erguendo e deseje ser nossa parceria: não ser dependente, e sim ser autossuficiente".

O presidente disse que seu governo prioriza a segurança alimentar no mundo, a partir de contribuições e ajudas financeiras aos países mais pobres. "Quando as pessoas perguntam o que está acontecendo com seus dólares, quero que saibam que esse dinheiro está ajudando a alimentar famílias."

Até agora, a única passagem de Obama pela África Subsaariana havia sido um pernoite em Gana, no seu primeiro mandato, e isso gerou comparações negativas em relação ao seus antecessores, George W. Bush e Bill Clinton, que promoveram vários programas de ajuda humanitária e econômica.

Opositores e críticos interpretaram a situação como um paradoxo, já que Obama é negro e seu pai nasceu no Quênia. A Casa Branca espera que a atual visita de oito dias ajude a desfazer essa má impressão.


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