Folha de S. Paulo


Parlamento da Rússia inicia trâmite para proibir adoção por casais gays

O Parlamento da Rússia iniciou nesta segunda-feira os trâmites de uma lei que proibirá a adoção de crianças russas por casais homossexuais. Segundo o presidente da Câmara, Sergei Narishkin, as medidas deverão ser tomadas na próxima semana.

O debate continuará na quinta durante a reunião dos comitês de família e assuntos internacionais, à qual irão ativistas franceses que participaram dos protestos contra a legalização dos casamentos homossexuais em seu país.

Na semana passada, na cúpula Rússia-União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, adiantou que promulgará a proibição se a Duma lhe apresentar o projeto de lei. "Estou farto desses casais homossexuais. É preciso mostrar menos agressividade e não aumentar o problema. Assim será melhor para todos".

Ao mesmo tempo, Putin negou que em seu país haja "discriminação" das minorias sexuais: "Acho que nossa legislação é muito liberal nesse sentido".

Em março, o jornal russo "Izvestia" informou que Putin havia ordenado ao governo e pedido ao Supremo Tribunal que proibissem por lei a adoção de crianças russas por homossexuais. A publicação afirmou que o mandatário pediu a introdução das mudanças até 1º de julho.

O presidente também advogou por modificar os acordos bilaterais sobre adoção com a França e outros países por causa da legalização do casamento gay.

"Devemos reagir ao que ocorre ao nosso redor. Nós respeitamos nossos parceiros, mas pedimos que respeitem nossas tradições culturais e éticas, e as normas legais e morais da Rússia", disse.

A Rússia já aprovou uma controvertida lei que proíbe a "propaganda homossexual" entre os menores de idade, que esta minoria considera uma desculpa para impedir a realização das marchas do orgulho gay.


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