Nos últimos dias, todas as atenções no Irã estavam voltadas para o Conselho de Guardiães da Revolução, uma das entidades mais poderosas no sistema teocrático implementado com a revolução de 1979.
Após muita especulação e boataria, o conselho divulgou ontem a lista dos aprovados para concorrer à Presidência, selecionados entre 686 candidaturas em função de critérios como devoção religiosa e lealdade à ideologia do regime.
Apesar da premissa pela qual todo cidadão iraniano nato, muçulmano, com pós-graduação e sem ficha policial pode entrar na disputa, o conselho é visto como um órgão politizado que filtra candidaturas em função dos interesses do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.
Metade dos 12 guardiães que integram o órgão são teólogos apontados pessoalmente por Khamenei. Os outros seis são juristas nomeados e aprovados pelo Parlamento.
Candidatos ao Legislativo e à Assembleia dos Peritos, órgão consultivo, também precisam passar pelo crivo do conselho, cujos membros ficam no cargo por seis anos.
O conselho tem, ainda, o poder de sancionar ou rejeitar projetos de lei aprovados pelo Parlamento.
Quando presidiu o país, o reformista Mohamad Khatami (1997-2005) tentou várias vezes diminuir o poder dos guardiães, em vão.