Folha de S. Paulo


Após ataque israelense, Síria e Hizbullah dizem articular cooperação

O ditador da Síria, Bashar Assad, expressou sua disposição a oferecer "tudo" ao movimento xiita libanês Hizbullah em reconhecimento do apoio a seu regime, informou nesta quinta-feira o jornal libanês "Al Akbar".

O diário afirma que as declarações foram feitas por Assad durante um encontro com personalidades libanesas que apoiam o regime. "A Síria tem uma confiança absoluta e agradece a fidelidade e constância do Hizbullah, portanto decidimos lhe dar tudo", disse o ditador, segundo o jornal.

Também nesta quinta, o líder do Hizbullah Hassan Nasrallah afirmou à rede de TV Al Manar que receberá da Síria novos tipos de armamentos.

"É a primeira vez que sentimos que eles [Hizbullah] e nós vivemos a mesma situação, e que não são só um aliado que nos ajudam a resistir", disse Assad. O sírio destacou, além disso, que poderia ter respondido aos supostos ataques israelenses contra seu país "disparando foguetes", mas acrescentou que prefere "uma vingança estratégica, abrindo a porta para a resistência".

O ataque do domingo (5), pelo qual Israel não se responsabilizou, destruiu várias instalações militares nos arredores de Damasco e, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, causou a morte cerca de 40 soldados, algo não confirmado pelo regime.

"Depois do ataque, estamos convencidos de que lutamos contra o inimigo, e perseguiremos seus soldados na Síria", acrescentou, em alusão aos rebeldes sírios aos quais acusa de serem aliados de Israel.

O Hizbullah travou em 2006 uma guerra contra Israel e atualmente tem combatentes apoiando o regime sírio no conflito contra os rebeldes.

EUA

Em visita à Jordânia, o secretário de Estado americano, John Kerry, disse nesta quinta-feira que os EUA acreditam que Assad não deve fazer parte do governo de transição no país.

"O ministro das Relações Exteriores [da Jordânia] vai trabalhar conosco... para tentar trazer todos os partidos à mesa para que possamos realizar um governo de transição com consentimento de ambos os lados, o que significa claramente que, em nosso julgamento, o presidente Assad não será um componente do governo de transição", disse Kerry.


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