Folha de S. Paulo


Dilma defende Egito como mediador de conflito entre Israel e Palestina

A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira (8) a atuação do Egito como intermediário no conflito entre Israel e Palestina. O discurso foi feito no Palácio Itamaraty durante visita do presidente egípcio, Mohamed Mursi.

Esta é a primeira vez que um chefe de Estado daquele país visita o Brasil.

"É preciso superar a paralisia que domina o processo de paz entre Israel e Palestina. É preciso valorizar o papel mediador do Egito no Oriente Médio e de estendermos nossa mão para que juntos Brasil e Egito possam trabalhar ainda mais para a superação negociada de conflitos e construção de um mundo de paz", disse a presidente.

Dilma ainda elogiou o "novo Egito", após uma série de manifestações populares no país, que levaram à queda do ditador Hosni Mubarak, no início de 2011. "No momento em que o Egito escreve essa nova fase em sua história, o Brasil quer trabalhar com determinação para que nossa parceria esteja a altura do que nossos países representam em suas respectivas regiões no mundo."

Dilma ainda defendeu uma cooperação sul-sul e destacou interesse do Egito em políticas sociais do Brasil. Ao concluir o discurso, Dilma propôs o brinde com suco de frutas.

O presidente do Egito, por sua vez, demonstrou interesse em "fortalecer relações políticas e econômicas com o Brasil" e reforçou convite para a presidente Dilma visitar seu país.

PROTESTO

A presidente Dilma Rousseff foi alvo de protesto enquanto aguardava a chegada do presidente do Egito no Palácio Itamaraty. De dentro do edifício, ela viu um grupo de cerca de 20 pessoas questionando a PEC 215, que propõe transferir da União para o Congresso a função de homologar as terras indígenas.

"Conquistamos o progresso agora queremos a ordem", dizia um dos cartazes. "Que PEC 215 [é essa]?", perguntou a presidente para o ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores). Após a chegada de Mursi, o grupo se retirou do lugar.


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