Folha de S. Paulo


ONU critica EUA por forçar alimentação a presos de Guantánamo

O Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU afirmou nesta quarta-feira que "nunca é aceitável" alimentar ninguém à força, em um momento em que detentos da prisão na base militar americana de Guantánamo, Cuba, em greve de fome, são submetidos a tal tratamento.

"A alimentação forçada nunca é aceitável", afirmou à AFP Rupert Colville, porta-voz da Alta Comissária do organismo, Navi Pillay. "A alimentação acompanhada por ameaças, coerção e com o recurso da força ou da imobilização física é uma forma de tratamento desumano e degradante", afirma um documento da Associação Médica Mundial (AMM), citado por Colville.

"Assim como é inaceitável a alimentação forçada de alguns detentos com o objetivo de intimidar ou de obrigar os outros detentos em greve de fome", completa o documento.

O presidente americano, Barack Obama, prometeu na terça-feira intensificar os esforços para fechar a prisão militar.

O movimento conta com a adesão de cem dos 166 detentos, segundo as autoridades da prisão, e de 130, segundo os advogados. Na segunda-feira (29), o protesto entrou na 12ª semana.

Obama disse que não deseja que nenhum prisioneiro morra e pediu a ajuda do Congresso para encontrar uma solução legal, a longo prazo, para a questão do julgamento de combatentes inimigos.

"Não é uma surpresa para mim que tenhamos problemas em Guantánamo. Continuo acreditando que devemos fechar Guantánamo. É importante que compreendamos que Guantánamo não é necessário para a segurança dos Estados Unidos", advertiu o presidente.

"A ideia de manter para sempre um grupo de pessoas sem julgamento é contrária ao que somos, é contrária a nossos interesses, e isto deve acabar."


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