Folha de S. Paulo


Controladora encontra terceiro vazamento em tanques de Fukushima

A controladora da usina de Fukushima informou nesta terça-feira que encontrou mais um vazamento em um tanque subterrâneo que estoca a água radioativa que é usada para resfriar os reatores da planta nuclear. É o terceiro informe de problemas nos reservatórios nos últimos cinco dias.

O resfriamento da planta de energia nuclear foi reforçado após três reatores serem danificados por um tsunami, em março de 2011. A empresa havia anunciado no sábado (6) que 120 toneladas de água radioativa vazaram de um tanque de superfície que ajuda a resfriar os reatores.

Kyodo /Reuters
Funcionários da Tepco trabalham para preparar transferência de água radioativa em tanques de Fukushima após vazamento
Funcionários da Tepco trabalham para preparar transferência de água radioativa em tanques de Fukushima após vazamento

No domingo (7), detectou elementos radioativos na água acumulada entre o solo ao redor do tanque e a capa externa de um revestimento impermeável no fundo de um dos depósitos, que fica a 800 metros do oceano. A empresa, porém, considera pouco provável que a água radioativa possa chegar ao mar.

Segundo o porta-voz da Tokyo Electric Power (Tepco), Masayaki Ono, o terceiro vazamento foi encontrado no tanque 1, um dos sete poços usados e para onde estava sendo transferida a água contaminada do tanque 2, afetado pelo vazamento descoberto no sábado.

A Tepco suspendeu a transferência da água. Ele, no entanto, não informou quanto de água vazou para o subsolo e quanto tempo o tanque apresenta o problema e informou que a empresa faz análises para detectar a causa do vazamento.

PERDA DA FÉ

Ono disse que a companhia está agora acelerando a construção de novos tanques acima do solo, mais robustos, impermeáveis e distantes dos reatores danificados. Mas também disse que a controladora perdeu a fé nos tanques subaquáticos da usina e que terão problemas para transferir o resíduo para outros locais.

"Não podemos transferir toda a água contaminada para tanques acima do solo se optarmos por não usar os reservatórios subterrâneos. Não há capacidade suficiente, e precisamos usar o que está disponível."

Desde 2011, houve diversos casos de vazamentos nos reservatórios e especialistas dizem que a água com resíduos radioativos também escapa pelo sistema subterrâneo de resfriamento. Os cientistas também afirmam que os níveis de radiação estão elevados nos peixes da região.

A explosão nuclear na usina japonesa foi o desastre nuclear mais grave desde a destruição da usina de Tchernobyl, na Ucrânia, em 1986. O terremoto e o tsunami destruíram os geradores de emergência e o sistema de refrigeração. Dos quatro reatores, três foram prejudicados.

O acidente provocou vazamento de material radioativo no solo e no lençol freático da região. Em virtude da explosão, cerca de 160 mil pessoas foram desalojadas da região, sem previsão de volta.


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