O grupo radical islâmico Hamas confirmou nesta terça-feira (2) a reeleição do líder político Khaled Meshaal, que está desde 1996 no comando da entidade.
O Hamas controla a faixa de Gaza desde 2006 e prega a destruição do governo de Israel. O grupo radical palestino possui forte relação com o libanês Hizbollah e com países como Egito, Irã, Qatar e Turquia.
Khaled Elfiqi/Reuters | ||
Khaled Meshaal, líder reeleito do Hamas |
Meshaal era considerado favorito para um novo mandato de quatro anos. Fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters dizem o líder não queria disputar a reeleição, mas foi convencido por Qatar e Egito.
A votação foi feita por 60 líderes do Hamas, reunidos durante esta noite no Cairo. O resultado foi divulgado por uma declaração sucinta do grupo radical.
Apesar de rejeitar a existência de Israel, foi um dos participantes das negociações entre o Hamas e o Estado judaico para terminar os oito dias de conflito em Gaza em novembro. Dias depois, fez a primeira visita ao território palestino em 45 anos.
No entanto, foi criticado no ano passado por dirigentes do Hamas por buscar aproximação com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que pertence ao Fatah e comanda a Cisjordânia.
Desde 2012, Meshaal passou a morar em Doha, no Qatar, deixando Damasco, na Síria, após o grupo palestino romper com o regime de Bashar Assad, há dois anos combatendo contra grupos rebeldes.
O Hamas ganhou importância após conquistar o governo da faixa de Gaza, em 2006, e com a onda de revoltas em países do Oriente Médio e no norte da África iniciadas em 2010, no que foi conhecido como Primavera Árabe.
Mesmo com a importância política, Israel, os EUA e vários outros governos ocidentais qualificam o Hamas como um grupo terrorista, devido à sua recusa em reconhecer Israel ou renunciar à violência.