Folha de S. Paulo


Casa Branca quer legalizar imigrantes após 8 anos como residentes, diz jornal

Uma minuta de lei da reforma migratória elaborada pela Casa Branca, e publicada neste domingo (17) pelo jornal "USA Today", prevê que os imigrantes ilegais nos Estados Unidos possam se transformar em residentes permanentes em oito anos.

Segundo a fonte, os cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem no país, a maioria de origem latino-americana, poderão solicitar primeiro um novo visto chamado "Lawful Prospective Inmigrant", que lhes permitirá estabilizar sua situação e começar o processo de regularização.

Uma vez aprovado este novo visto, que teria uma duração de quatro anos e poderia voltar a ser solicitado se caducar, o beneficiado poderá conseguir que sua esposa e filhos que vivem no exterior tenham direito ao mesmo status.

Além disso, as pessoas que obtiverem este visto poderão sair e entrar nos EUA por curtos períodos de tempo.

Ficarão fora deste processo os imigrantes ilegais com antecedentes penais nos EUA e inclusive no exterior, cujos delitos, "se tivessem sido cometidos no país, teriam provocado a declaração de inadmissível ou a expulsão".

Após oito anos os que tenham entrado no processo poderão conseguir a residência permanente, o "green card", desde que paguem seus impostos e tenham aprendido inglês. Uma vez cumpridas estas condições, o caminho à cidadania ficará aberto.

O texto foi entregue ao jornal por um funcionário do Governo americano, que assegurou que foi distribuído a várias agências federais, e faz parte dos esforços de democratas e republicanos no Congresso para conseguir uma proposta de lei bipartidária.

A minuta inclui vários dos pontos propostos por um grupo de oito senadores democratas e republicanos no final de janeiro, como a necessidade que o processo de regularização se inicie apenas após uma revisão de antecedentes criminais e do pagamento de tarifas para obter o visto.

O plano da Casa Branca também destinaria mais fundos à segurança fronteiriça, como pedem os republicanos, e requer que quatro anos depois da entrada em vigor todas as empresas devam verificar o status migratório de seus empregados.

Segundo o "USA Today", o texto da proposta legal tem muitas características comuns com a proposta de reforma apresentada em 2007 com o apoio do falecido senador democrata Ted Kennedy e do republicano John McCain.

O porta-voz da Casa Blanca Clark Stevens disse ao jornal americano que seguem "trabalhando para apoiar os esforços bipartidários, enquanto o presidente deixou claro que estará pronto para realizar progressos se o Congresso falhar em atuar".


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