Folha de S. Paulo


Indicado de Obama à Defesa diz que quer mais forte Exército do mundo

O indicado do presidente Barack Obama para o Departamento da Defesa americano disse, nesta quinta-feira, em audiência no Senado para confirmação de seu nome no cargo, que defende a manutenção do Exército dos Estados Unidos como "o mais forte do mundo".

"Eu acho, sempre achei, que os EUA devem se engajar, e não recuar, no mundo", afirmou Chuck Hagel.

Ele, que é do Partido Republicano, rival de Obama, e veterano da Guerra do Vietnã, também deu seu apoio a Israel e garantiu ainda que está comprometido com a meta do governo de impedir que o Irã chegue à bomba nuclear. Foi um recado aos críticos, para quem Hagel não é suficientemente pró-Israel nem suficientemente anti-Irã para suceder o secretário Leon Panetta.

Chip Somodevilla/France Presse
O ex-senador Chuck Hagel, do Partido Republicano, indicado por Barack Obama a secretário da Defesa
O ex-senador Chuck Hagel, do Partido Republicano, indicado por Barack Obama a secretário da Defesa

Muitos desses críticos são também republicanos, inclusive. Enquanto Hagel falava à Comissão de Serviços Armados do Senado, o partido divulgou uma nota na qual afirmava que ele não era um bom nome para a Defesa porque iria enfraquecer o Exército americano.

No passado, Hagel questionou a influência do lobby judaico e também a eficácia da implementação de sanções unilaterais contra o Irã, defendendo que ações conjuntas com aliados seriam melhores. Outro assunto sobre o qual ele foi interrogado nesta sexta foi o orçamento do Pentágono. Hagel é conhecido por defender um maior controle sobre os gastos.

O interrogatório ficou mais tenso quando o senador John McCain, republicano e ex-candidato à Presidência, pressionou Hagel quanto à sua oposição à escalada da Guerra do Iraque, em 2007. McCain questionou se a história o julgaria por ido contra a estratégia, à qual é atribuída a drástica redução na violência no país. "Eu acho que a história já o julgou, senhor, e você estava do lado errado", disse McCain.

Pressionado, Hagel disse que 1.200 militares americanos morreram na escalada, e que sempre se perguntou se o sacrifício valeria a pena. "Agora, isso não quer dizer que eu estava certo."

Se aprovado, Hagel será o único republicano no gabinete de Obama.


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