Folha de S. Paulo


Após cumprir pena por corrupção, ex-dono de rede de TV é liberado no Peru

O empresário José Francisco Crousillat, ex-proprietário da rede peruana América Televisión, foi liberado neste sábado (5) após cumprir pena de oito anos de prisão por ter recebido dinheiro do ex-assessor presidencial Vladimiro Montesinos para promover em seu canal a reeleição de Alberto Fujimori, no ano 2000.

Crousillat e seu pai, José Enrique, então donos da América Televisión, puseram a linha editorial da TV ao serviço de Fujimori, o que ficou em evidência em um vídeo de Montesinos que mostra o José Francisco recebendo dinheiro em espécie.

O ex-dono da rede de televisão foi considerado culpado dos crimes de formação de quadrilha, corrupção de funcionários e contra a administração pública na modalidade de peculato. Seu pai permanecerá preso até 2014.

"Me arrependo de ter errado, de ter tomado o caminho fácil. Mas mudei, vou demonstrar isso", declarou Crousillat ao sair da cadeia.

Em 2010, José Enrique Crousillat recebeu um indulto humanitário que foi revogado após ele aparecer em público em bom estado de saúde.

Em fevereiro de 2001, foi autorizada a captura dos empresários, e em abril de 2002 eles foram localizados na Argentina pela Interpol. Em novembro de 2004, os Crousillat tentaram fugir para o Chile, mas foram capturados na fronteira e presos na Argentina até serem extraditados ao Peru, em 2006.

Segundo a sentença de José Francisco, definida em 2006, contou a favor do empresário o tempo em que esteve preso em território argentino sob processo de extradição desde 2005, o que o permitiu ser posto em liberdade já em 2013.

Montesinos, quem orquestrou uma rede de corrupção nas instituições peruanas e dirigiu na sombra o Serviço de Inteligência Nacional, cumpre atualmente uma condenação de 25 anos de prisão por violações aos direitos humanos, entre outras menores por corrupção e tráfico de armas.

Fujimori, por sua vez, também cumpre pena de 25 anos de prisão pela autoria mediata de 25 assassinatos ocorridos durante seu Governo, além de outras penas menores.


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