Folha de S. Paulo


Preço da castanha-do-pará dispara, e consumidor recorre a pistache

Eduardo Anizelli/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 22-12-2017: Mulher prova castanha no Mercado Municipal de Sao Paulo. Neste Natal, o preco da castanha do Para e de caju esta tao alto que consumidores estao preferindo outros produtos importados mais em conta, como Pistache, Amendoa e Macadamia. Amendoim tambem tem boa saida. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, MERCADO) ***EXCLUSIVO***
Mulher prova castanha no Mercado Municipal; neste Natal, consumidores estão preferindo o pistache

Na ceia de Natal, o casal Suzana e Daniel Donda, moradores de Santos, litoral paulista, terão uma estreia requintada de petiscos para a entrada: pistache iraniano.

"Nunca compramos antes pelo custo alto, mas neste ano está com um preço legal e deixará nosso jantar mais chique", diz Suzana, enquanto fazia as compras em uma loja da zona cerealista, centro de São Paulo.

Na sacola, damasco, amêndoas e amendoim temperado. As poucas castanhas-do-pará da sacola de compra foram do tipo quebradas porque "estas ainda valem a pena".

Assim como eles, muitos brasileiros deixaram de lado as castanhas-do-pará e caju nesta época do ano. O motivo não foi tornar a ceia mais nobre, e sim mais barata.

Enquanto itens importados e tradicionalmente mais caros são vendidos em torno de R$ 70 o quilo, os nacionais são encontrados por R$ 115, o dobro do ano passado.

A alta está relacionada à escassez de chuvas que assolou a região amazônica no início de 2016, aliada à crescente demanda de consumidores dentro e fora do Brasil e do uso do fruto na fabricação de cosméticos.

A disparada dos preços, em contraste com a queda dos alimentos, começou em abril, situação que deve ser revertida em 2018 com as chuvas previstas para janeiro.

O mesmo problema de quebra de safra aconteceu com as castanhas portuguesas neste ano.

Além dos frutos estrangeiros, os consumidores têm trocado os nacionais por outros mais em conta, como o amendoim, vendido a R$ 9,40 o quilo.

A estimativa é que as vendas na zona cerealista tenham subido 40% em volume neste ano. Em valor, no entanto, haverá queda de 15%, pois a demanda cresceu por itens mais baratos.


Endereço da página: