Folha de S. Paulo


União Europeia divulga propostas para unificar o mercado digital do bloco

danielescalise/Fotolia
UE quer construir um mercado digital único para seus cerca de 500 milhões de consumidores
UE quer construir um mercado digital único para seus cerca de 500 milhões de consumidores

A Comissão Europeia, braço Executivo da União Europeia, divulgou nesta quarta-feira (14) uma série de propostas para unificar o mercado digital do bloco econômico.

Parte das medidas forçaria gigantes da tecnologia como Google, Facebook e Whatsapp a se adaptar a novas regras, algumas desfavoráveis a seus negócios na região e acusadas de protecionismo.

As propostas serão discutidas durante os próximos anos no Parlamento Europeu e no Conselho Europeu, antes de fato serem adotadas.

A União Europeia busca construir um mercado digital único para seus cerca de 500 milhões de consumidores, permitindo que tenham acesso a produtos on-line independente de onde estejam.

Na prática, o assinante espanhol do serviço de streaming Netflix teria acesso a conteúdos hoje restritos a outros países do continente, porque não seria mais necessário que a empresa obtivesse autorizações uma a uma.

As propostas também incluem novas regras para os direitos autorais nessa região e para a competitividade.

O Google, por exemplo, poderia ter que pagar para incluir o conteúdo de jornais europeus dentro do serviço de agregação de notícias Google News. O mesmo valeria para Facebook e Twitter.

"Estamos tentando modernizar as regras, pois grande parte delas foi criada em 2001, quando diversas dessas empresas não operavam", diz à Folha Nathalie Vandystadt, porta-voz da comissão. "O mundo digital não espera, e queremos que a mudança seja rápida."

INCENTIVOS

Entre as diversas ações propostas, o Whatsapp poderia ser alvo de medidas mais duras de vigilância de conteúdo. O serviço de troca de mensagens via internet seria tratado como uma chamada telefônica ou uma mensagem de texto comum.

A Comissão Europeia propôs também que empresas de telecomunicação tenham incentivos financeiros para investir na rede de celular e internet no continente. Como contrapartida, teriam maior controle da infraestrutura, o que pode levar ao aumento dos preços ao consumidor.

As medidas foram sugeridas pelo Executivo da União Europeia semanas depois de uma multa de € 13 bilhões à Apple por benefícios fiscais recebidos na Irlanda. Dessa maneira, o anúncio de quarta-feira somou-se a um contexto desfavorável a empresas americanas na região.


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