Folha de S. Paulo


Governo não pode dar o próximo passo sozinho, diz ministro a empresários

O chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta segunda (12) a uma plateia de empresários que o governo Michel Temer está agindo para dar segurança a investidores interessados em atuar na infraestrutura e que conta com a participação do setor privado para superar a crise.

Por três vezes, Padilha repetiu que o governo "não pode dar o próximo passo sozinho", convocando os empresários a agir.

O ministro afirmou que o governo Temer conseguiu formar maioria no Congresso Nacional, com dois terços da Câmara dos Deputados, e apresentou suas prioridades: a fixação de um teto para o crescimento dos gastos do governo e a reforma da previdência. Isso elevou em parte a confiança de empresários.

"O passo seguinte o governo sozinho não o dará. Temos que engajar empresários e trabalhadores, porque a conta é sempre paga pelo cidadão, porque ele paga mais ou não tem o serviço", disse Padilha.

Ele participou de evento do jornal "Valor Econômico", em São Paulo.

O ministro enumerou iniciativas do governo para garantir a segurança jurídica do setor privado nas concessões de infraestrutura, como a revisão do papel das agências reguladoras, e disse que uma das prioridades de investimento neste momento é a área de saneamento.

"Há áreas em que os investimentos são indispensáveis e nossa capacidade como Estado é reduzida a praticamente zero", disse. "[O saneamento urbano] é deplorável e é uma área que tem que ter investimento, sim, e a União tem que ser indutora e encontrar formas, com um fundo garantidor, de encontrar formas de motivar que o investidor venha participar desse processo"

Padilha afirmou ainda que a legislação que extingue a exigência de que Petrobras seja a única operadora do pré-sal deve ser aprovada "se Deus quiser" ainda nesta semana.

A fixação do teto de gastos, que depende de emenda constitucional, deverá ser aprovada ainda neste ano, na previsão de Padilha, e a reforma da previdência, terá o primeiro turno aprovado em 2016.


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